domingo, maio 11, 2008

Mais energia para o Brasil-Por Luciana Lopez


Usinas Nucleares

De acordo com a previsão do Plano Nacional de Energia 2030 - PNE 2030 (Estratégia para a Expansão da Oferta), divulgado pela Empresa de Pesquisa Energética – EPE, o Brasil deverá construir mais quatro usinas nucleares até 2030, duas das novas unidades nucleares com potência de um mil MW cada uma delas e que poderão ser construídas na região Nordeste e as outras duas no Sudeste (também com 1 mil MW cada). Além de Angra III, que já está incluída no Plano Decenal de Expansão de Energia Elétrica (PDEE) 2006-2015 divulgado pelo governo no início do ano.
Paralisadas há vinte anos, as obras da usina nuclear de Angra III (1.350 MW), segundo prevê um dos anexos do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), deverão ser retomadas em julho deste ano, e estimada para agosto de 2013 a entrada em operação da terceira usina termonuclear brasileira, com investimentos da ordem de R$ 7 bilhões.
Será que o Brasil tem mesmo a necessidade de construir mais usinas nucleares? Fala-se em um possível apagão no setor, mas a elaboração de planos de expansão da oferta energética sofre um erro em sua origem: a ausência da sociedade no debate da questão energética, e sua efetiva participação no processo decisório. A ampliação do espaço de debate é fundamental para tornar politicamente sustentável o processo de decisão. O debate energético não pode permanecer confinado às mesas e gabinetes de "experts", hábeis na manipulação dos números, que buscam explicações cada vez mais específicas e cheias de números absolutos, relativos e proporcionais que na verdade mais confundem do que explicam qualquer coisa, e o cidadão fica de fora da tomada de decisões.
O Brasil tem hoje aproximadamente setenta usinas hidrelétricas com mais de vinte anos de construção, que poderiam sofrer uma repotencialização (troca de equipamentos, por exemplo, substituição do rotor do gerador ou modernização de componentes e sistemas). Se isso fosse feito, mais ou menos 60% da meta do PAC já seria contemplada. O custo é bem menor se comparado à construção de novas usinas, que absorvem a maior parte dos investimentos somente em obras civis. Os 40% restantes das metas do PAC poderiam ser obtidos sem nenhuma nova obra civil. Bastaria que se investisse na redução das perdas do setor elétrico nacional, que hoje, desde a transmissão até chegar ao domicílio ou ao eventual consumidor industrial, são da ordem de 15%. Se houvesse um esforço para que o desperdício fosse reduzido para 10%, isso já seria suficiente para fechar a conta. Portanto o que se vê para além de tantos discursos de efeito do presidente Lula é a total inabilidade para realmente gerenciar os verdadeiros problemas estruturais e conjunturais do país.(Webjornalismo)

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