domingo, outubro 31, 2010

Dilma diz que governará para todos; Serra defende alternância de poder

Os candidatos Dilma Rousseff (PT) e José Serra (PSDB) já foram às urnas neste domingo, no segundo turno da eleição presidencial.

Dilma votou pouco depois das 9h da manhã em Porto Alegre, acompanhada do governador eleito Tarso Genro, do PT. Em um café da manhã com correligionários, ela disse que fará um "governo para todos os brasileiros".
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva votou meia hora depois em São Bernardo do Campo, em São Paulo.

Já Serra votou em São Paulo, pouco depois das 11h, acompanhado do governador eleito de São Paulo, Geraldo Alckmin, o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab e o atual governador do Estado, Alberto Goldman, além da mulher, Mônica Serra, e a filha, Verônica. O candidato tucano defendeu a alternância de poder.Também neste domingo serão definidos os governadores de oito Estados do país, além do Distrito Federal.

Às 13h25, o TSE divulgou que 1.195 urnas já foram substituídas - de um total de 400 mil no país - e que 77 pessoas foram presas por crimes eleitorais.

No primeiro turno, a diferença entre os dois candidatos ficou em 14 pontos, com vantagem para a petista, que obteve 46,9% dos votos válidos contra 32,6% para o tucano.

Segundo os principais institutos de pesquisa, não houve mudança de tendência nas últimas semanas, com os levantamentos apontando para uma vitória de Dilma Rousseff.

Os resultados parciais começam a ser divulgados pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) a partir das 19h, e a expectativa é de que ainda neste domingo o vencedor seja "matematicamente" conhecido.

Durante as quatro semanas que separaram os dois turnos da eleição, o eleitor teve a chance de comparar melhor os dois projetos, mas também se viu diante de um período com intensa troca de acusações, inclusive com foco em temas polêmicos, como aborto e religião.

Nenhum dos dois candidatos chegou a apresentar um programa de governo em detalhes, o que para muitos analistas abriu espaço para um debate "pouco programático" e mais agressivo.
Uma das marcas da campanha no segundo turno acabaram sendo os projetos de governo passados, com uma maior comparação entre as administrações de Luiz Inácio Lula da Silva e de seu antecessor, Fernando Henrique Cardoso.

Marina e aborto

O intervalo entre o primeiro e o segundo turno eleitorais foi marcado pela projeção de Marina Silva, candidata pelo Partido Verde que, no primeiro turno, surpreendeu ao conquistar quase 20% dos votos válidos.

Considerado o fiel da balança no 2º turno, o apoio formal de Marina passou a ser fortemente disputado tanto por Dilma como por Serra, mas a candidata verde acabou optando pela neutralidade.

Um dos principais grupos de apoio à candidata do PV, os evangélicos também estiveram no centro da disputa durante a campanha nas últimas semanas, com as duas equipes buscando o apoio de lideranças religiosas.

A equipe de campanha de Dilma, que chegou a apostar em uma vitória já no primeiro turno, responsabilizou a campanha do adversário por "disseminar de boatos" sobre a posição religiosa da candidata, o que segundo eles impediu uma vitória antecipada da petista.

Os aliados de José Serra, por sua vez, exploraram as "contradições" no discurso de Dilma sobre o aborto, trazendo à tona antigos comentários da ex-ministra da Casa Civil em defesa da descriminalização da prática no país, diferentemente do que defende atualmente a candidata.

Lula

A disputa tem, de um lado, a candidata do governo, Dilma Rousseff (PT), apresentada ao eleitorado não apenas como a preferida do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, como também aquela cujo principal compromisso é continuar os projetos do atual governo.

Principal candidato de oposição ao governo, José Serra (PSDB) evitou a crítica generalizada à atual gestão. O ex-governador de São Paulo concentrou seu discurso na ideia de que o Brasil precisa mudar, mas não necessariamente jogando fora os feitos do governo Lula.

Junto com a análise das duas propostas está ainda uma questão que foi constantemente colocada ao eleitor nesta eleição: a opção ou não pela continuidade dos oito anos do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Essa é a sexta vez, desde o fim do regime militar, que o brasileiro pode escolher, pelo voto direto, o seu candidato preferido para governar o país. É também a primeira vez em 20 anos que Lula não está entre as opções de voto.

Desafios

O brasileiro chega às urnas neste domingo com uma série de demandas, que vão da economia à segurança pública, passando por questões como saúde, educação e meio ambiente.
O novo presidente vai encontrar um país que avançou nos últimos anos em diversos aspectos, sobretudo no campo econômico e social.

Se por um lado o país parece ter encontrado o rumo do crescimento com inflação sob controle, por outro lado os juros continuam os mais altos do mundo, pressionando a dívida pública para cima.

A economia brasileira se consolidou como a oitava maior do mundo neste ano, mas o país ainda é apenas o 72º em renda per capita, atrás de países como Argentina (50º), México (53º), Turquia (57º), Venezuela (66º) e Irã (68º), segundo dados do Banco Mundial.

Outro setor que também evoluiu no país foi a educação. A taxa de analfabetismo, que em 1960 chegava a 40%, caiu a 9,7% no ano passado, segundo dados do IBGE.

Mas, se os números absolutos mostram uma evolução, a qualidade do ensino ainda deixa a desejar. Um estudo elaborado pela OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico) em 2007 colocou os alunos brasileiros entre os piores em conhecimentos de matemática, capacidade de leitura e ciências entre 57 países analisados.

Raio X do 1º turno

Eleitores aptos: 135,8 milhões
Votos válidos: 101,5 milhões
Dilma Rousseff: 47,6 milhões (46,9%)
José Serra: 33,1 milhões (32,6%)
Marina Silva: 19,6 milhões (19,3%)
Votos nulos e em branco: 9,6 milhões (7%)
Abstenções: 24,6 milhões (18%)

sábado, outubro 30, 2010

Mercado europeu de carros novos luta para recuperar as perdas

 
Com o fim do incentivo à renovação de frota, o mercado europeu de carros novos continua em queda como mostra a análise feita pela JATO Dynamics do Brasil, líder em fornecimento de informações automotivas.

No geral, o desempenho europeu está 3,2% abaixo do índice de 2009 no acumulado do ano. Os números do ano passado foram inflacionados pelos incentivos, tornando difícil um comparativo real com o ano de 2010. A maioria das marcas, modelos e mercados continua no vermelho.

Os principais mercados de venda de novos carros – Reino Unido, França, Alemanha e Itália – anunciaram resultados negativos no mês de setembro na comparação com o mesmo período de 2009. Para a Alemanha a previsão é de que o país venda 1 milhão de carros a menos em relação a setembro do ano passado.
Com a queda nos maiores mercados é natural que os números das 5 maiores marcas europeias – Volkswagen, Ford, Opel/Vauxhall, Renault e Peugeot – também caiam.

A média de retração dessas marcas foi de 9,7% enquanto que os dois modelos mais vendidos, VW Golf e Ford Fiesta, tiveram queda de 28,9% e 22,2%, respectivamente.

David Di Girolamo, diretor da JATO Consult, afirma: “Apesar da difícil comparação ano a ano, o nível de vendas de carros novos nos “5 Maiores” mercados não tem sido bom para o volume global das marcas, que costumam depender deles e terão que procurar outro meios para crescer.”

Desempenho das marcas

Apesar da queda de 19,1% em setembro, a Ford melhorou sua colocação, ficando a frente da Renault no acumulado do ano de 2010.


A Mercedes e BMW consolidaram suas posições e estão entre as 10 maiores marcas, a frente da Toyota nas vendas de setembro.

Desempenho por modelo

O novo Volkswagen Polo continua a resistir à tendência de queda nas vendas e apresentou o único resultado positivo entre os 10 modelos mais vendidos em setembro. Mesmo que as comparações de vendas sejam contra um modelo de geração anterior, seu sucesso é notável e ganha espaço entre seus concorrentes.
A FIAT enfrenta problemas em casa. O modelo Punto, que ficou na 10º posição entre os modelos mais vendidos na Europa, teve queda de 32,8% na Itália e 30,4% no geral.

Tendências Europeias

O número de mercados em recuperação na Europa está crescendo, mas o desempenho do mercado depende da saúde dos “5 Maiores” mercados.

O mês de Setembro foi significativo para a Grã Bretanha, pois há uma mudança de registro bi-anual e é um dos meses de vendas mais importantes no mercado. A queda de 8,9% nas vendas quando comparado a 2009 é reflexo da redução na demanda pós-incentivos.

Em sentido contrário, a maioria dos países do Leste Europeu e Bálticos voltou a crescer apesar dos resultados ruins em 2009, quando estes mercados sofreram com o pior desempenho durante a recessão global.

Economia dos EUA cresce a taxa anual de 2% no 3º trimestre

A economia americana registrou uma pequena aceleração no terceiro trimestre e cresceu 0,5% - o que representa uma taxa anualizada de 2% -, segundo dados divulgados nesta sexta-feira pelo Departamento de Comércio dos Estados Unidos.

Nos Estados Unidos, diferentemente do Brasil, a evolução do PIB (Produto Interno Bruto) é medida pela taxa anualizada, que projeta qual seria a expansão em quatro trimestres consecutivos com o mesmo ritmo de crescimento.

O resultado do terceiro trimestre, um pouco acima da taxa anualizada de 1,7% registrada no trimestre anterior, já era esperado por analistas.

No entanto, economistas afirmam que esse ritmo de crescimento ainda é insuficiente para reduzir o nível de desemprego no país, atualmente em 9,6% e, segundo o próprio governo, sem previsão de melhora no curto prazo.

O crescimento também ficou bem abaixo do resultado do primeiro trimestre de 2010, quando o PIB evoluiu a uma taxa anualizada de 3,7%.

Eleições

Os novos dados foram divulgados a apenas quatro dias das eleições legislativas, em que estão em jogo todas as cadeiras da Câmara dos Representantes, um terço do Senado e 37 governos estaduais.

Pesquisas de intenção de voto e cientistas políticos afirmam que o Partido Democrata, do presidente Barack Obama, deve perder a maioria na Câmara e muitas cadeiras no Senado.

Um dos principais motivos, segundo analistas, seria o descontentamento dos americanos com o ritmo lento de recuperação da economia.


Os dados divulgados nesta sexta-feira são uma estimativa inicial, e ainda podem ser revisados para cima ou para baixo.

Este foi o quinto trimestre consecutivo de crescimento da economia americana, que ficou 18 meses em recessão, até junho de 2009.

O resultado foi puxado pelo consumo das famílias, principal componente do PIB americano, que cresceu a uma taxa anualizada de 2,6% de julho a setembro. Essa evolução supera o crescimento de 2,2% nos três meses anteriores e representa o melhor resultado desde o quarto trimestre de 2006.

O desempenho neste trimestre, porém, foi prejudicado por resultados fracos na balança comercial e no setor imobiliário. As exportações cresceram 5% no terceiro trimestre, bem abaixo dos 9,1% no trimestre anterior.

sexta-feira, outubro 29, 2010

UE aprova maior reforma de disciplina fiscal da história do euro


 
Os governantes da União Europeia (UE) formalizaram nesta sexta-feira um acordo para endurecer as regras de disciplina fiscal da zona do euro com o objetivo de proteger o bloco de uma nova crise de débito.
A mudança é a maior reforma da união monetária desde que a moeda passou a ser adotada por vários países do bloco europeu, a partir de 1999.

"Fechamos um pacote sólido (de medidas) para fortalecer a zona do euro. Esta é uma das decisões mais importantes que tomamos nos últimos meses", afirmou o presidente do Conselho Europeu, Herman Van Rompuy, em entrevista coletiva.

Pelas novas regras, aprovadas durante uma cúpula de dois dias concluída nesta sexta-feira em Bruxelas, os países da zona do euro terão que submeter seus planos de orçamento à avaliação prévia da Comissão Europeia (braço executivo da UE).

Aqueles que apresentarem risco de déficit superior a 3% do PIB e de dívida pública superior a 60% do PIB poderão sofrer sanções se não aplicarem as recomendações do Executivo europeu em um prazo de seis meses.

Até agora as sanções se restringem aos países que efetivamente superem esses limites de déficit e dívida, estabelecidos pelo Pacto de Estabilidade que coordena o funcionamento da zona do euro.
A ideia, segundo Van Rompuy, é que essas novas regras funcionem de maneira "preventiva", de forma a evitar que um país adote "políticas fiscais de risco".

Ao mesmo tempo, para os países que ultrapassem os limites de déficit e dívida estão previstas multas progressivas, cujos valores ainda serão definidos.

As mudanças deverão entrar em vigor em 2011.

Fundo de resgate

O plano europeu também cria um fundo de resgate permanente para ajudar os países da zona do euro com dificuldades econômicas, uma das iniciativas propostas por Alemanha, com amplo apoio da França.
"Com esse mecanismo daremos mais estabilidade à zona do euro e reforçaremos sua capacidade de enfrentar situações como a que vimos recentemente de crise da dívida soberana", afirmou o presidente da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso, referindo-se à crise enfrentada pela Grécia no início do ano.

Para permitir a criação desse mecanismo, os governantes europeus acabaram cedendo à pressão da França e da Alemanha por mudanças no Tratado de Lisboa, que gerencia o funcionamento da UE e entrou em vigor há menos de um ano.

O documento atual impede explicitamente que um país seja resgatado financeiramente por seus sócios.
Van Rompuy deverá apresentar em dezembro um estudo sobre as possibilidades de mudar o tratado de maneira "simplificada", que não exija "um novo debate institucional".

Também deverá estudar o valor e as possíveis características desse novo mecanismo, que a UE quer ativar no máximo em meados de 2013, quando vence o fundo de resgate excepcional criado pela zona do euro no auge na crise grega, para evitar sua expansão da turbulência aos demais países do bloco.

quinta-feira, outubro 28, 2010

Banco Mundial quer que países contabilizem custo da destruição ambiental

O Banco Mundial lançou um programa global cujo objetivo é ajudar países a incluir os custos da destruição da natureza nas contas públicas.

O presidente do banco, Robert Zoellick, disse que a destruição ambiental acontece em parte porque os governos não contabilizam o valor da natureza.

O programa foi anunciado durante a Convenção da ONU sobre Diversidade Biológica em Nagoya, no Japão. Dez nações participarão do projeto na fase piloto - entre elas, Índia e Colômbia.
"Sabemos que o bem estar do homem depende de ecossistemas e biodiversidade", disse Zoellick. "Também sabemos que eles sendo degradados de forma alarmante."

"Uma das causas é o nosso fracasso em avaliar propriamente os ecossistemas e tudo o que fazem por nós - e a solução, portanto, está em contabilizar os serviços (oferecidos pelo) ecossistema quando os países fazem políticas."

O ministro do Meio Ambiente da Noruega, Erik Solheim, disse que reavaliar a natureza dessa forma obrigaria as empresas a mudar a forma como operam.

"Nós precisamos sair de uma situação onde os benefícios dos serviços do ecossistema são privatizados enquanto os custos são socializados", disse Solheim.
"Os custos totais do impacto negativo sobre os ecossistemas deve ser coberto pelos que recebem os benefícios de sua destruição."

Trilhões de Dólares

O novo programa toma como base as conclusões do estudo "A Economia dos Ecossistemas e Biodiversidade". A proposta é ajudar governos a embutir as revelações do estudo em suas políticas.
A principal conclusão da pesquisa, feita com o apoio da ONU, foi que a degradação do mundo natural está custando à economia global entre US$ 2 bilhões e US$ 5 bilhões por ano.

O estudo também concluiu que o valor econômico do mundo natural, em termos de sua provisão de água limpa, solo de boa qualidade, polinização e outros serviços, é negligenciado por governos por ser "invisível".
"Esse relatório (...) ajudou a definir a importância da biodiversidade de uma nova maneira", disse a secretária britânica do Meio Ambiente, Caroline Spelman.

"O que ficou absolutamente claro é que precisamos mudar a forma como atribuímos valor ao capital natural e serviços do ecossistema e integrá-los aos processos principais de tomada de decisões."
Spelman e Solheim indicaram que seus governos apoiam o programa.

Ameaças

Questionados se as empresas se oporiam a esse tipo de contabilidade ambiental porque ela afetaria seus balanços, Spelman diz que elas não farão objeções se entenderem as razões por trás dela.
"As abelhas, por exemplo, valem cerca de 440 milhões de libras (R$ 700 milhões) para a economia da Grã-Bretanha", diz ela.

"Quando você pensa em ter de substituir o que a natureza dá de graça, acho que não haveria reações negativas quando as pessoas compreenderem o que os serviços do ecossistema provêm."
Achim Steiner, diretor executivo do Programa Ambiental da ONU, acrescentou que uma análise recente mostrou que as companhias consideravam a perda de biodiversidade uma ameaça maior do que o terrorismo.

A informação veio originalmente de um relatório do Fórum Econômico Mundial, que indicou que as empresas viam 8% de probabilidade de que uma perda da biodiversidade as afetaria - principalmente por sujar sua reputação -, enquanto cerca de 4% viam o terrorismo internacional como uma ameaça.
"Alguns negócios tiram vantagem da legislação frouxa para fazer coisas que não poderão fazer no futuro", disse Steiner. "Mas muitos negócios estão procurando formas de minimizar seus riscos."

Crise econômica é combustível para ascensão do Tea Party

Uma caminhada pelo centro de Reno, cidade de pouco mais de 200 mil habitantes no Estado americano de Nevada, mostra as cicatrizes ainda recentes da recessão que atingiu o país e ajuda a explicar a ascensão do fenômeno conservador Tea Party.

O movimento, que reúne vários grupos contrários às políticas do presidente Barack Obama e à interferência do Estado em diversos setores da sociedade, ganhou força na campanha para as eleições legislativas de 2 de novembro, ao ameaçar a vaga não apenas de políticos democratas consagrados, mas também de republicanos mais moderados.

Na rua principal de Reno, um punhado de turistas divide espaço com mendigos em busca de esmolas. Os cassinos e hotéis, base da economia local, permanecem quase vazios e são um exemplo de que, como o próprio presidente Obama já disse, os Estados Unidos ainda têm pela frente um longo caminho rumo à recuperação pós-crise.

Com sua economia baseada no turismo e na construção civil, dois setores fortemente atingidos pela crise econômica, a cidade é um retrato do que ocorre em Nevada, Estado com alguns dos piores indicadores econômicos do país e berço de uma das maiores estrelas do Tea Party nestas eleições, a candidata ao Senado Sharron Angle, que concorre pelo Partido Republicano.

"Sempre há um tipo de partido antigoverno nas eleições legislativas que ocorrem na metade do mandato presidencial. Mas agora, há o agravante da economia, que vai mal", disse o cientista político Eric Herzik, professor da Universidade de Nevada em Reno.

"A grande questão é a economia. A taxa de desemprego é de 9,6% no país, e em Nevada é de mais de 14%. Há um colapso do mercado imobiliário que parece nunca chegar ao fim. E ainda há duas guerras impopulares", afirma Herzik.

Raiva

Em um país que sofre com o ritmo lento da recuperação da economia, Nevada aparece em situação ainda pior. No ano passado, a população do Estado diminuiu, pela primeira vez desde a Grande Depressão. Nevada tem a mais alta taxa de desemprego do país, os maiores índices de execuções de hipotecas e de falências e o maior déficit orçamentário.

Nesse cenário, a conservadora cristã Angle despontou pregando a redução da interferência do Estado, de gastos públicos e de impostos, e a oposição a quase todas as medidas do governo Obama, desde a reforma do sistema de saúde até os pacotes de resgate aos bancos.




Com essa plataforma, Angle ganhou a adesão dos americanos que perderam a paciência de esperar por melhoras na economia e pode acabar conquistando a cadeira do líder da maioria democrata no Senado, Harry Reid, com quem há meses aparece empatada nas pesquisas de intenção de voto.

"Acho que o governo Obama pode dizer com justiça que herdou muito do problema econômico. Mas suas políticas imediatas de estímulo e sua segunda parte do resgate aos bancos, e mesmo alguns dos esforços para recuperar o mercado imobiliário, talvez até estejam funcionando, mas ainda não vimos o resultado", diz Herzik.

"Nacionalmente, os americanos estão com raiva. Sharron Angle representa essa raiva na sociedade americana neste momento", afirma o cientista político.
Como é próximo de Obama e participou da maioria das políticas do governo, Reid acaba canalizando boa parte dessa raiva, que é visível nas ruas de Reno.

"Reid apoia os planos do governo Obama em vez de representar os interesses do nosso Estado", disse a estudante de psicologia Katherine Fortuna, 19 anos, enquanto fazia campanha por Angle em frente à Universidade de Nevada.

"Angle não é influenciada pelo governo de Obama e por seus planos", disse a estudante, que vai votar pela primeira vez neste ano.

Divisão republicana
 
Angle, de 61 anos, é expoente da onda conservadora que tomou conta do país e, segundo analistas, pode não apenas tirar a maioria dos democratas no Congresso, mas também isolar líderes republicanos mais moderados e empurrar o Partido Republicano para a extrema direita após as eleições de novembro.

Apesar de dizer que não é política de carreira e se apresentar como "mãe e avó de classe média", Angle faz parte do cenário político de Nevada há vários anos e foi eleita para a Assembleia Estadual no final dos anos 90. Ela ganhou a indicação do partido para concorrer ao Senado ao derrotar a republicana Sue Lowden nas primárias.

Sua candidatura acabou provocando divisões, e alguns republicanos em Nevada dizem que vão votar em Reid por não concordar com muitas posições da candidata consideradas "extremas".

"Angle está muito à extrema direita no partido. Ela não defende apenas um governo menor, mas é anti-governo. É também muito conservadora em questões sociais", diz Herzik. "Como republicano, digo que é doloroso assistir a isso."

"Os republicanos tradicionais se distanciam dela. Muitos deles querem um governo menor, mas não acabar com todas as políticas sociais, ou com o Departamento de Educação (como a candidata propõe). Eles veem um papel para o governo, que Sharron Angle não vê", afirma o cientista político.

O professor calcula que atualmente o Tea Party represente entre 40% e 50% do Partido Republicano. "É uma parcela do partido que tem uma energia enorme e uma base de apoiadores muito dedicada."

Os adversários democratas se aproveitam das gafes e declarações polêmicas de Angle e se esforçam para fixar o rótulo de extremista na candidata e em outros representantes do Tea Party.

"Não é bom ver o Partido Republicano ser tomado pelo Tea Party", disse o vice-presidente americano, Joe Biden, em um comício em apoio a Reid em Reno, na semana passada.

Propostas

O Tea Party não tem comando central e inclui centenas de grupos espalhados pelos Estados Unidos, alguns com apenas cinco ou dez membros. Em uma pesquisa realizada em todo o país, o jornal The Washington Post identificou cerca de 1,4 mil grupos, mas conseguiu confirmar a existência e fazer contato com menos da metade.

Em comum, eles têm a preocupação com os rumos da economia, a desconfiança em relação ao governo Obama e a defesa da limitação do tamanho do Estado. Os membros do Tea Party se orgulham de não ser um partido político e demonstram descontentamento tanto em relação aos democratas quanto aos republicanos tradicionais.

Os candidatos apoiados pelo Tea Party ganharam força com a ajuda do financiamento vindo de grupos conservadores mais organizados, que gastaram milhões nas campanhas de candidatos como Sharron Angle.

Os US$ 14 milhões (cerca de R$ 23,7 milhões) levantados por Angle nos últimos três meses vieram de pequenos doadores mas, principalmente, de grandes organizações como a American Crossroads, da qual Karl Rove, conselheiro de George W. Bush, é co-fundador, ou o Club for Growth, que prega redução de impostos e de gastos do governo.

Segundo analistas, apesar da rejeição a temas comuns, o Tea Party não traz propostas específicas para o debate político.

"Eles estão com raiva. Mas não são articulados sobre os pontos específicos dos quais têm raiva e como vão consertar os que acham que está errado", diz Herzik.

"Mas no momento atual, ser antigoverno, mesmo sem um plano alternativo, é uma posição que parece encontrar eco nos eleitores americanos", afirma.(BBC NEWS)

quarta-feira, outubro 27, 2010

Eleição em Nevada é retrato da disputa entre democratas e conservadores nos EUA


A menos de uma semana das eleições legislativas nos Estados Unidos, o cenário da disputa no Estado de Nevada (oeste do país) é um exemplo da luta do partido Democrata, do presidente Barack Obama, para manter a maioria no Congresso diante do avanço de candidatos conservadores.

Na corrida eleitoral em Nevada, o líder democrata no Senado, Harry Reid, enfrenta a ameaça de perder sua vaga para a candidata republicana, Sharron Angle, que tem o apoio do Tea Party, movimento conservador contrário às políticas do governo Obama.

No Senado desde 1986 e em busca do quinto mandato, Reid é o mais alto membro do Congresso a ter sua cadeira em jogo nas eleições de 2 de novembro.

"A eleição aqui no Estado diz respeito à disputa nacional", disse o cientista político Eric Herzik, professor da Universidade de Nevada em Reno.

"Obama não concorre nestas eleições. Reid, o líder da maioria democrata no Senado, é o melhor substituto que as pessoas têm no sentido de votar contra o governo Obama."

Campanha

Na reta final da campanha, o vice-presidente americano, Joe Biden, e o próprio Obama viajaram ao Estado para participar de comícios em apoio a Reid.

"Os anúncios de que o Partido Democrata está morto são exagerados. Harry Reid vai ser reeleito e vai voltar como líder do Senado, como líder da maioria democrata no Senado", disse Biden em um comício na cidade de Reno, na semana passada.

O evento, realizado no ginásio da Universidade de Nevada, reuniu algumas centenas de democratas, que carregavam cartazes de apoio a Reid e defendiam a atuação do senador.

"Ele se importa conosco. Se perdermos Harry Reid, perdemos Nevada no Senado. Sem ele, nosso Estado não vai ter voto", disse à BBC Brasil a democrata Marcia Bearsto, 58 anos, funcionária de um escritório em Reno e eleitora de Reid em todos os pleitos nos quais o senador concorreu.

As últimas pesquisas de intenção de voto, porém, dão a Reid 47%, atrás de Angle, que tem 50%, segundo levantamento do instituto Rasmussen.

Há meses os dois candidatos aparecem quase empatados nas pesquisas, e a disputa em Nevada é uma das mais acirradas do país nestas eleições.

Polêmica

Considerado o político de maior destaque nacional que Nevada já teve, Reid enfrenta uma adversária polêmica, criticada por muitos no próprio Partido Republicano por causa de suas posições diversas vezes classificadas de extremas.

Angle já defendeu a extinção dos departamentos de Educação e de Energia e a privatização da seguridade social, e é crítica ferrenha das medidas de resgate aos bancos e da reforma do sistema de saúde aprovada pelo governo Obama no início deste ano.

Também é famosa por cometer gafes. Em uma das mais recentes, disse a um grupo de estudantes hispânicos que eles pareciam mais asiáticos do que latinos.

Apesar dos deslizes, Angle arrecadou US$ 14 milhões (cerca de R$ 23,7 milhões) de julho a setembro, em uma campanha fortemente apoiada pelo Tea Party, movimento que reúne diversos grupos conservadores que têm em comum a posição contrária à presença do Estado na economia e em outros setores.

Na semana passada, um desses grupos, o Tea Party Express, escolheu Nevada como ponto de partida de uma caravana que vai passar por 30 cidades em diversos Estados às vésperas das eleições, com uma programação de diversos eventos e comícios em apoio a candidatos conservadores.

Decisão

Com posições contrárias a quase tudo que Reid defende, a campanha de Angle atraiu a atenção de conservadores de todo o país para Nevada, e o Estado, que em 2008 votou em candidatos democratas em todos os níveis de governo, poderá agora tirar o político mais poderoso do Senado de sua cadeira.

"Reid é um político poderoso, mas não é carismático. Não é um político amado pelo povo", diz Herzik.
A proximidade do senador com Obama, que em seus dois anos de governo adotou políticas impopulares, e a oposição de Angle à interferência do governo em vários setores da sociedade fazem com que analistas afirmem que a disputa em Nevada é na verdade uma decisão sobre o papel do Estado.

Tanto a associação de Reid com o governo Obama quanto a proximidade de Angle com o Tea Party também provocam rejeição de parte do eleitorado, e muitos em Nevada dizem que a decisão será entre o menor dos males.

Apoiadores de Reid afirmam que, apesar do desempenho de Angle, o senador pode surpreender e lembram que no passado ele já venceu disputas tão acirradas como esta.

O quadro geral no país para os democratas, porém, leva alguns analistas a prever que o partido vai perder a maioria na Câmara dos Representates e muitas cadeiras no Senado.

"Acho que vão perder o controle da Câmara. Duvido que isso ocorra no Senado, mas a margem deverá ser muito próxima, o que vai retardar a agenda democrata. De 2010 a 2012 pode haver ainda mais impasse em Washington do que houve nos últimos quatro ou seis anos", diz Herzik.(BBC NEWS)

Paróquias católicas distribuem camisinhas na Suíça

Gastos de candidatos em eleições nos EUA chegam a recorde de US$ 2 bi

Os candidatos a vagas na Câmara dos Representantes e no Senado nas eleições legislativas americanas deverão gastar o recorde de US$ 2 bilhões (cerca de R$ 3,4 bilhões) até o dia da votação, em 2 de novembro, segundo levantamento de uma organização que monitora financiamento de campanhas.

Um relatório divulgado nesta terça-feira pela organização Public Campaign Action Fund, com sede em Washington, projeta arrecadação de US$ 1,275 bilhão (R$ 2,174 bilhões) e gastos de US$ 1,445 bilhão (R$ 2,463 bilhões) para os candidatos à Câmara.

Essa projeção tem como base os valores já arrecadados e gastos até agora e a evolução nas eleições em 2008, e representa a primeira vez que candidatos à Câmara nos Estados Unidos vão ultrapassar a marca de US$ 1 bilhão em gastos de campanha.

Na disputa para a Câmara em 2008, foram arrecadados US$ 978 milhões (cerca de US$ 1,67 bilhão) e gastos US$ 938 milhões (R$ 1,59 bilhão).

Para os candidatos ao Senado, a expectativa é de que os gastos neste ano ultrapassem US$ 500 milhões (R$ 852 milhões).

Desequilíbrio

A análise foi feita com base em dados fornecidos pela organização apartidária Center for Responsive Politics.
O valor total nas campanhas para as duas Casas do Congresso é o maior já gasto em eleições legislativas de metade de mandato, como esta, e é equivalente a US$ 4 milhões por cada vaga em jogo no Congresso.

“Os candidatos estão arrecadando mais dinheiro do que nunca em 2010 e estão gastando em um ritmo muito maior do que em 2008”, disse um dos diretores da Public Campaign Action Fund, David Donnelly.
O relatório da organização indica um desequilíbrio entre republicanos e democratas.

Segundo a Public Campaign Action Fund, até o fim do terceiro trimestre os candidatos republicanos à Câmara dos Representantes haviam arrecadado cerca de US$ 30 milhões (R$ 51 milhões) a mais que os democratas.

No mesmo período de 2008 a situação era inversa, e os republicanos haviam arrecadado US$ 64 milhões (R$ 109 milhões) a menos que o partido adversário.

Reta final

Na reta final da campanha, o presidente Barack Obama e outros líderes democratas têm viajado pelo país para participar de comícios em apoio a candidatos do partido.

O ritmo lento da recuperação da economia americana e a popularidade em queda de Obama poderão se refletir nas urnas, segundo especialistas.

Os democratas lutam para manter o poder na Câmara dos Representantes, mas analistas e cientistas políticos preveem que os republicanos vão conquistar a maioria na Casa.

A disputa no Senado é mais nebulosa e ainda não é possível prever o resultado com exatidão, já que em muitos Estados candidatos republicanos e democratas permanecem empatados nas pesquisas de intenção de voto.

O destaque destas eleições americanas têm sido os candidatos apoiados pelo movimento Tea Party, que reúne grupos conservadores contrários às políticas do governo Obama e favoráveis à redução da presença do Estado em diversos setores da sociedade.

Muitos desses candidatos conquistaram a indicação republicana vencendo políticos tradicionais, e agora ameaçam derrotar os democratas em vários Estados.

Americanos dão veredicto sobre governo Obama

 
As eleições legislativas do dia 2 de novembro são encaradas nos Estados Unidos como um veredicto sobre os dois primeiros anos do governo de Barack Obama.

E caso as pesquisas de intenção de voto e as análises de cientistas políticos estejam corretas, os eleitores americanos vão manifestar sua desilusão com o presidente tirando dos democratas a maioria na Câmara dos Representantes.

Os últimos cálculos de analistas indicam que os republicanos podem ganhar até 50 cadeiras na Câmara. Com isso, ficariam com uma maioria de 230 deputados, deixando os democratas com 205 vagas.
No Senado o cenário permanece indefinido, já que em muitos Estados candidatos dos dois partidos estão empatados nas pesquisas, mas especialistas não descartam a possibilidade de os republicanos também conquistarem maioria.

Seja qual for o resultado das eleições, porém, analistas dão como certo que a nova formação do Congresso será bem menos favorável a Obama.

Como o presidente já passou boa parte da primeira metade de seu mandato lutando contra a oposição, a previsão é de que os próximos dois anos em Washington sejam de mais impasse.
Nas últimas semanas, Obama deu entrevistas a alguns jornais americanos nas quais fez um balanço de sua gestão até agora e disse que nos próximos dois anos pretende passar mais tempo tentando "construir consenso".

Disse também que os democratas terão de demonstrar "senso de humildade" sobre o que podem conquistar sem a cooperação republicana.

Em seus primeiros dois anos na Casa Branca, Obama aprovou projetos ambiciosos e, segundo alguns analistas, históricos, como as reformas da saúde e do sistema financeiro.

No entanto, essas medidas acabaram causando danos à popularidade do presidente, que tem atualmente índice de aprovação de 47% (era de 65% quando ele tomou posse) e sofre críticas tanto da esquerda quanto da direita.

Muitos eleitores estão decepcionados com Obama e, segundo analistas, esse sentimento é resultado da impaciência característica do povo americano, que sente que as promessas de mudança feitas em 2008 não estão vindo rápido o suficiente.

Mas o grande problema é a economia. Obama herdou a maior crise desde a Grande Depressão e, apesar de os Estados Unidos não estarem mais em recessão, o crescimento continua lento e a taxa de desemprego não sai de perto dos 10%.

Quando a economia vai mal, a popularidade do presidente costuma seguir a mesma direção.
Depois do veredicto de novembro, a preocupação da Casa Branca deverá ser evitar que Obama passe ao temido time dos presidentes americanos de apenas um mandato.

Obama busca inspiração no exemplo do democrata Bill Clinton, que perdeu a maioria no Cogresso nas eleições legislativas de 1994 mas se reelegeu dois anos depois.

A campanha pela reeleição de Obama deve começar por volta de março, e o que parece ser a grande ameaça neste ano, o Tea Party, poderá se tornar o trunfo dos democratas em 2012.

O Tea Party é um movimento que reúne diversos grupos conservadores contrários à presença do Estados em vários setores da sociedade e às políticas do governo Obama de maneira geral.
Candidatos apoiados pelo Tea Party conseguiram desbancar republicanos tradicionais nas eleições deste ano e se preparam para vencer em vários Estados.

Mas como alguns desses candidatos têm posições consideradas de "extrema direita" por analistas e eleitores, eles acabaram dando novo fôlego a candidatos democratas, já que vários republicanos tradicionais não concordam com suas plataformas e consideram dar seu voto ao partido adversário.

É exatamente essa a esperança da equipe de Obama. Muitos na Casa Branca acreditam que, ao empurrar o Partido Republicano para a extrema direita, o Tea Party poderá ajudar o presidente a ser reeleito em 2012.

Em editorial, Financial Times diz que 'Serra é melhor escolha para presidente'

 
Em editorial, o jornal britânico Financial Times defende nesta quarta-feira que o candidato do PSDB à presidência, José Serra, "é a melhor escolha para o Brasil".

No artigo, "Eleições Brasileiras – José Serra é a melhor escolha para presidente, por pouco", o jornal sustenta que os dois principais candidatos ao Planalto são bastante similares, mas a eleição de Serra afastaria uma possível influência de Lula no próximo governo.

"Ambos (Serra e a candidata do PT, Dilma Rousseff) são notavelmente similiares. São sociais-democratas que crêem em políticas pró-mercado com forte componente social. São tecnocratas inoportunos. E são também desprovidos de charme", diz o jornal.

"Onde as diferenças existem, são pequenas mas significativas. Serra é mais linha-dura em termos fiscais. Com boa vontade, ele poria um fim no uso de esquemas extraorçamentários recentemente aplicados para cumprir as metas fiscais."

"Reduzir o gasto público, ainda ascendente apesar de uma economia em pleno vapor, também diminuiria as taxas de juros e assim limitaria a apreciação da moeda."

Para o FT, Serra também seria "menos indulgente" com o Irã, a Venezuela e Cuba.
Já Dilma, ressalta o editorial, "é a favor de um Estado maior, embora um quinto das maiores companhias de capital aberto já tenham, de uma forma ou de outra, ele entre seus cinco maiores acionistas".

"Mas a maior diferença talvez seja o papel que o popular padrinho de Dilma assumirá se ela ganhar – o que é provável, tendo em vista a sua vantagem de dez pontos nas pesquisas. Uma presidência paralela, como a de Putin na Rússia, é possível; assim como a volta de Lula ao poder em 2014 e 2018."

O artigo conclui afirmando que "pelo menos para interromper esta relação com o poder, Serra é a melhor escolha para o Brasil".

terça-feira, outubro 26, 2010

Greenpeace pede em protesto posição mais clara de Dilma

Cansados de propostas vagas, ativistas do Greenpeace pedem a Dilma, pessoalmente, que assine compromisso pelo desmatamento zero e pela lei de renováveis.

A candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, tentou mais uma vez pintar sua campanha de verde. Nesta quarta-feira (20), no Hotel Nacional, em Brasília, ela assinou o documento “Compromissos de Dilma com o Meio Ambiente”, no qual se compromete a fazer do assunto prioridade do governo, caso seja eleita. Mas ativistas do Greenpeace consideraram o documento vago. Sem rodeios, ofereceram uma caneta à candidata e abriram um banner com uma pergunta direta: “Dilma, desmatamento zero e lei de renováveis: você assina embaixo?”

Dilma não assinou. Ela se compromete com veto a anistia de desmatadores, redução de áreas de preservação permanente (APPs) e de reserva legal, propostas de seu companheiro de coligação Aldo Rebelo (PCdoB-SP) para mudar o Código Florestal. Também afirma que cumprirá as metas de redução de emissão de gases-estufa, assumidas pelo presidente Lula no fim do ano passado.

Porém, ao não assinar, ela contradiz o que ela mesma disse no mesmo
local: tolerância zero para desmatador. Agora o Greenpeace espera que a contradição se transforme em afirmação pró-floresta.

“Não queremos um presidente que seja ambientalista desde criancinha, mas que assuma o compromisso e diga com clareza como vai pôr um fim no desmatamento e dar ao país uma matriz energética 100% renovável”, disse Sergio Leitão, diretor de campanhas do Greenpeace. “Essas são apenas duas das principais demandas que o Brasil tem para sair na frente e se tornar uma potência verde no futuro. Vocação nós já temos.”
A ação dos ativistas faz parte da campanha “Vote por um Brasil mais verde e mais limpo”, iniciada este mês pela organização. Diante da apatia dos candidatos em relação aos temas ambientais, o Greenpeace resolveu pedir uma posição mais clara de Dilma Roussef e José Serra (PSDB). Por meio de uma petição online, em uma semana mais de 10 mil pessoas perguntaram aos dois como eles vão garantir que as árvores parem de cair na Amazônia e que fontes limpas como o Sol e o vento entrem de vez na matriz energética do país.

“Os candidatos têm a oportunidade e a obrigação de dizer aos eleitores por qual Brasil eles vão lutar: um verde e desenvolvido ou um devastado e atrasado”, afirma Leitão.
Saiba mais sobre a campanha “Vote por um Brasil mais verde e limpo” em www.greenpeace.org.br .

Economia britânica supera expectativas e cresce 0,8% no 3º trimestre

A economia da Grã-Bretanha cresceu 0,8% entre o segundo e o terceiro trimestres deste ano, segundo estimativas preliminares divulgadas nesta terça-feira pelo governo britânico.

O crescimento, acima das expectativas do mercado, é o dobro do que esperavam muitos analistas, mas menor que o de 1,2% registrado entre os primeiros três meses deste ano e os três meses seguintes.

O analista de economia Andrew Walker avaliou que os dados, que ainda podem ser revisados, aliviam os temores de que a recuperação da economia britânica esteja perdendo fôlego.

Por outro lado, afirmou o analista, as estatísticas devem levar o Banco da Inglaterra, o Banco Central britânico, a postergar medidas de política monetária com o fim de estimular a economia.

Corte

As preocupações com a saúde da economia britânica ganharam força nesta semana, depois que o governo anunciou o maior corte de gastos públicos desde a Segunda Guerra Mundial.

As medidas, que devem gerar uma economia de 80 bilhões de libras nos próximos cinco anos (cerca de R$ 215 bilhões), devem implicar a demissão de cerca de 500 mil trabalhadores do setor público e, segundo estimativas de alguns analistas, igual número no setor privado.

Nesta terça-feira, a agência de classificação de risco Standard and Poor’s melhorou sua avaliação para o crédito da Grã-Bretanha, hoje na melhor categoria de qualidade, AAA.
Para o ministro das Finanças do país, George Osborne, a medida foi um "voto de confiança" nas políticas econômicas do governo.

Entretanto, Alan Johnson, o porta-voz para assuntos econômicos do Partido Trabalhista, de oposição, disse não ver sinais de dinamismo econômico suficientes para sair da crise.
"Não há ainda sinais do tipo de dinamismo que precisamos ver no setor privado para criar as 2,5 milhões de vagas que o governo acha serem necessárias para sair da crise com emprego", disse Johnson.(BBC NEWS)

Brasil ocupa a 69ª posição em ranking de percepção de corrupção da Transparência Internacional


O relatório anual da ONG Transparência Internacional, divulgado nesta terça-feira, indica que a percepção de corrupção no setor público do Brasil se manteve inalterada desde o ano passado, embora o país tenha subido em um ranking sobre o tema.

A pontuação dada ao país no relatório permaneceu a mesma de 2009 – 3,7 numa escala de zero a dez, em que dez indica que os servidores são percebidos pela população como pouco corruptos e zero corresponde à percepção de corrupção disseminada.

O Brasil ocupava no ano passado o 75º lugar entre 180 países no Ranking de Percepção da Corrupção da Transparência Internacional. Na lista deste ano, em que foram relacionados apenas 178 países, o Brasil ocupa a 69ª posição, juntamente com Cuba, Montenegro e Romênia.

Dinamarca, Nova Zelândia e Cingapura, dividem a primeira colocação, com 9,3 pontos.
O ranking da TI mede a percepção de corrupção nos setores públicos dos países, a partir de avaliações de fontes como fundações, ONGs, centros de estudos e bancos de desenvolvimento.

Piora em outros países

A subida do Brasil no ranking seria apenas um reflexo da deterioração de outros países e não deve ser interpretada como um avanço do país, explicou Alejandro Salas, diretor regional para as Américas da Transparência Internacional.

“A pontuação (3,7) mostra que não houve melhora ou piora no Brasil e, assim como em outros países, reflete contradições entre modernizações e práticas antigas”, opinou Salas.

“Em alguns setores, temos sofisticados sistemas de compras públicas eletrônicas, que reduzem as oportunidades de corrupção, e sinais importantes como a lei da Ficha Limpa. Por outro lado, em muitos espaços de poder temos esquemas de compras de voto e nepotismo.”

Ainda que a metodologia da Transparência Internacional não permita observar se houve mudanças radicais na percepção da corrupção no mundo como um todo, é possível notar quais países avançaram e quais deram sinais de retrocesso.

Salas cita o Chile, país sul-americano mais bem colocado no ranking, como exemplo positivo: subiu de 6,7 pontos em 2009 para 7,2.

O motivo é que “no Chile há a percepção de autonomia da Justiça e de uma polícia livre de corrupção”, diz o diretor, citando também uma recente lei chilena que permite o acesso de cidadãos a informações de contas e contratações públicas.

Os Estados Unidos, por outro lado, são exemplo de retrocesso: perderam pontos e posições no ranking, em mais um desdobramento da crise em seu sistema financeiro.

“Os Estados Unidos sofreram uma queda importante. É um efeito dos escândalos financeiros, como o de Bernard Madoff, que mostraram ao mundo falta de transparência (no sistema). Por outro lado, medidas positivas, como a abertura de contas públicas promovida por Barack Obama, têm efeito negativo sobre a percepção da corrupção no curto prazo, justamente por colocar a corrupção em evidência.”

Mudanças individuais

Dos 178 países avaliados no ranking de 2010 da TI, a vasta maioria – 75% - não obteve nota superior a 5.
“Os resultados mostram que são necessários esforços significativamente maiores para fortalecer a governança no mundo”, disse em comunicado Huguette Labelle, presidente da Transparência Internacional.

Salas opina que melhoras no panorama global dependem de mudanças individuais. “Em muitos países os indivíduos tendem a se ver como vítimas do sistema. Mas o indivíduo pode ser proativo e sair do ciclo da corrupção. Enquanto só esperarmos grandes mudanças por parte de governos, teremos essa pontuação baixa na maioria dos países.”

A percepção de corrupção é maior em países instáveis e com um histórico de conflitos, como Iraque (apenas 1,5 ponto no ranking) Afeganistão (1,4), Mianmar (1,4) e Somália (1,1, última colocada).
O Haiti configura uma exceção: obteve melhora no ranking (de 1,8 ponto em 2009 para 2,2 em 2010) apesar do terremoto que devastou o país em janeiro.

Para Salas, a percepção de corrupção pode ter diminuído no Haiti "porque todas as atenções globais se voltaram para o país e para o dinheiro doado (após o tremor), e essa atenção desestimula ações corruptas".

  Ranking de Percepção da Corrupção 2010

1) Dinamarca, Nova Zelândia e Cingapura - nota 9,3
4) Finlândia e Suécia - nota 9,2
17) Barbados - nota 7,8
21) Chile - nota 7,2
22) Estados Unidos - nota 7,1
24) Uruguai - nota 6,9
69) Brasil - nota 3,7
105) Argentina - nota 2,9
146) Haiti - nota 2,2
164) Venezuela - nota 2,0
175) Iraque - nota 1,5
176) Afeganistão e Mianmar - nota 1,4
178) Somália - nota 1,1

segunda-feira, outubro 25, 2010

Grã-Bretanha deve investigar Google sobre violação de privacidade

A Grã-Bretanha deve reabrir uma investigação sobre o site Google, depois que a empresa admitiu casos de violação de privacidade na coleta de dados para o serviço Google Street View.

O Google reconheceu que os carros usados para fazer o serviço acessaram acidentalmente conteúdos disponíveis em redes domésticas de internet sem-fio que estavam desprotegidas. Entre os dados obtidos, estão e-mails, endereços de sites e senhas.

O vice-presidente do Google, Alan Eustace, disse em um blog oficial que a empresa está "atormentada" com o fato. No entanto, o porta-voz da companhia na Grã-Bretanha, Peter Barron, disse que as informações coletadas não foram usadas ou compartilhadas.

Em um inquérito anterior, o Information Comissioner's Office (ICO, ou Gabinete do Comissário de Informação, em inglês), órgão responsável pela fiscalização da liberdade de informação na Grã-Bretanha, apurou que nenhum dado pessoal importante havia sido coletado no país.

Uso da polícia

No entanto, com o reconhecimento público feito pelo Google, o ICO admite que pode reabrir o caso.
"Faremos investigações para ver se estas informações estão relacionadas com os dados inadvertidamente acessados na Grã-Bretanha", disse um porta-voz do ICO, que não descartou o uso de força policial.
O Google Street View é um serviço de imagens panorâmicas que mostra ruas de diversas cidades do mundo. As fotografias são feitas com câmeras postadas sobre veículos, usando lentes de 360°. No Brasil, o Street View começou a funcionar em setembro.

Outros países, como Alemanha, Austrália, França e Canadá, também estão investigando o Google por violação de privacidade na coleta de dados para o Street View.

domingo, outubro 24, 2010

Partidos de médio porte ganharão força na próxima legislatura, com 53,6% da Câmara

Partidos intermediários, que tenham de 6 a 51 deputados, somarão na próxima legislatura 275 eleitos, ou 53,6% da Câmara. Foi o grupo partidário que mais cresceu das últimas eleições para cá. Hoje, eles ocupam 197 vagas.

O resultado das eleições deste ano para a Câmara evidencia a tendência, já apontada por especialistas, de crescimento dos partidos médios e também do número de legendas.
Em 2006, os partidos grandes, que conquistaram pelo menos 10% das vagas na Câmara cada (PMDB, PT, PSDB e DEM), somaram 303 cadeiras, ou seja, 59% do total. Em 2011, esse grupo (PT, PMDB, PSDB) caiu para 220 vagas (42,9% do total).

Os partidos médios, por sua vez, ganharam força. As legendas intermediárias – com menos de 10% das vagas, mas com direito a terem líderes de bancadas (entre 6 e 51 deputados) –, elegeram 197 deputados em 2006 (38,4% do total). Neste ano, o grupo subiu para 275 eleitos, ou 53,6% da Câmara.

Já os partidos pequenos, com menos de 1% da Câmara, conquistaram 13 parlamentares em 2006 e 14 neste ano. Há quatro anos, 19 partidos tinham pelo menos um representante na Câmara. Em 2011, serão 22.

Esse quadro pode sofrer alterações até o fim do ano, já que a Justiça ainda deve julgar os casos de candidaturas indeferidas com base na Lei da Ficha Limpa. Após essa definição, contudo, a distribuição das vagas ficará estável ao longo do próximo mandato, em razão da regra da fidelidade partidária, que estabelece que o mandato do parlamentar pertence ao partido e que o deputado que mudar de legenda pode perder o cargo.
Partidos médios em destaque

O crescimento dos partidos médios nos últimos anos é resultado natural do cenário político brasileiro: Os partidos intermediários, ao contrário dos grandes, têm conseguido se oxigenar, criar novos quadros, com novas lideranças. Além disso, a sociedade tem ficado cada vez mais exigente e procurado alternativas em razão das denúncias contra os caciques do grandes partidos.

para o deputado Ibsen Pinheiro (PMDB-RS), o voto dos eleitores pouco influi na “pulverização de partidos”. De acordo com ele, a possibilidade de formação de coligações para a disputa das eleições é a principal causa para o aumento da quantidade de partidos na Câmara: “Nas eleições, o número de correntes ideológicas é relativamente pequeno, de três a cinco. Cada corrente reúne diversas pequenas e médias legendas”.

Blocos partidários

Queiroz aponta que a tendência natural para os pequenos e médios partidos é formar blocos partidários na Câmara, após a posse dos deputados. Os partidos se reúnem em grupos porque as vagas da Mesa Diretora. A Mesa Diretora é a responsável pela direção dos trabalhos legislativos e dos serviços administrativos da Câmara.

Ela é composta pelo presidente da Casa, por dois vice-presidentes e por quatro secretários, além dos suplentes de secretários. Cada secretário tem atribuições específicas, como administrar o pessoal da Câmara (1º secretário), providenciar passaportes diplomáticos para os deputados (2º), controlar o fornecimento de passagens aéreas (3º) e administrar os imóveis funcionais (4º).  da Câmara e das presidências das comissões são proporcionais ao número de deputados dos blocos ou partidos.

Segundo Queiroz, contudo, a possibilidade de formar blocos partidários não refreia o aumento de partidos individuais: “A manutenção das legendas é uma questão de vaidade, de os líderes preservarem sua identidade, terem a prerrogativa de negociar em nome de um grupo, ou seja, de manter uma fatia de poder que seria perdida caso as legendas se fundissem”.(Agência Câmara)

União Africana pede bloqueio aéreo e naval da Somália

 
A União Africana (UA) pediu ao Conselho de Segurança da ONU que apoie um bloqueio aéreo e naval na Somália.

Segundo Ramtane Lamamra, comissário da UA para a paz e a segurança, o bloqueio impediria a pirataria na costa somali e paralisaria o repasse de armas aos grupos insurgentes que combatem o frágil governo do país.

Lamamra também defendeu um aumento de 8 mil para 20 mil no número de soldados estrangeiros na Somália.

O governo somali, que com o respaldo da UA controla apenas alguns quarteirões da capital Mogadíscio, não tem conseguido frear a expansão do grupo insurgente islâmico Al-Shabab, ligado à Al-Qaeda.
“A União Africana teme que a falta de segurança na Somália contamine a região”, disse Lamamra ao Conselho de Segurança da ONU.

Lamamra exortou a ONU a manter bem equipados os soldados estrangeiros em missão no país. Ela diz que menos de 8 mil militares foram enviados à Somália, muitos dos quais são mal pagos e operam com equipamento inadequado.


O presidente do conselho, Ruhakana Rugunda, disse que os pedidos eram “legítimos”, mas que precisavam ser avaliados. Rugunda é o embaixador de Uganda na ONU, um dos países que comandam a missão da UA na Somália.

Segundo Plett, Uganda tem pressionado pelo aumento da força estrangeira no país. No entanto, países como a França e a Grã-Bretanha têm manifestado ressalvas quanto ao financiamento de missões sobre as quais o conselho teria controle limitado.

Em julho, o Al-Shabab assumiu a autoria de dois atentados em Campala, capital de Uganda, em que 74 pessoas morreram.
A Somália carece de um governo efetivo há duas décadas.(BBC News)

Guiné volta a adiar eleição; apoiadores de candidatos se enfrentam


Apoiadores dos dois candidatos à presidência de Guiné se enfrentaram neste sábado nas ruas da capital do país, Conakry, depois que foi anunciado o adiamento do segundo turno das eleições, inicialmente marcado para este domingo.

O general Toumany Sangare, que assumiu a chefia da comissão eleitoral de Guiné na última quarta-feira, ainda não anunciou uma nova data para o pleito.

Os confrontos entre os eleitores de Cellou Dalein Diallo (situação) e Alpha Conde (oposição) foram registrados, além da capital, nas cidades de Kankan e Siguiri.

Esta eleição será o primeiro pleito democrático após 52 anos de governos autoritários. Os militares deixaram o poder em 2008, causando instabilidade política no país de 9,8 milhões de habitantes, localizado no oeste do continente africano.
Esta é a terceira vez que a eleição é adiada. O segundo turno foi marcado inicialmente para julho.

As Nações Unidas alertaram que o atraso no pleito aumentaria o risco de instabilidade, enquanto o governo americano afirmou que a eleição é muito importante para o futuro de Guiné.

Acusações de fraude

O general Sengare, natural de Mali, foi indicado para chefiar o processo depois de meses de acusações de fraude envolvendo a eleição. Os dois candidatos apoiam o chefe da comissão eleitoral.

Em reunião realizada na quinta-feira, o general descobriu que nem os cartões alfanuméricos dos eleitores, nem os envelopes selados para votação ainda haviam sido distribuídos.

Antes disso, os computadores que fariam a contagem eletrônica de votos haviam sido roubados das instalações da comissão eleitoral.

Já os salários dos funcionários que trabalham na eleição estão atrasados em 11 meses. Os servidores ameaçam boicotar o pleito caso a situação não seja regularizada.

Clima de tensão

O país vive um clima de tensão desde o primeiro turno, ocorrido em junho. O segundo turno foi adiado pela primeira vez devido a suspeitas de fraude. O segundo adiamento ocorreu devido à violência entre apoiadores dos candidatos.

No início desta semana, dois apoiadores de Diallo foram mortos depois que a polícia abriu fogo contra manifestantes que pediam a remoção do então chefe da comissão eleitoral.
Fontes diplomáticas afirmaram  que tropas do país vizinho de Serra Leoa foram deslocadas para patrulhar a área de fronteira.

O ex-primeiro-ministro Diallo é favorito para vencer a eleição presidencial. O candidato afirma que só não foi eleito no primeiro turno - quando obteve 44% dos votos - devido à fraude.
Já Conde, um veterano líder da oposição, teve 18% dos votos no primeiro turno, mas ele alega que teve 600 mil sufrágios “roubados”.(BBC News)

Inglaterra tomba apartamento de John Lennon em Londres

  
O apartamento em que o ex-beatle John Lennon morou com Yoko Ono, no número 34 da Montagu Place, em Londres, foi tombado como patrimônio da Inglaterra.

A placa azul que agora identifica o prédio foi revelada pela própria Yoko Ono em uma cerimônia assistida por cerca de cem pessoas, entre elas, sósias dos Beatles, neste sábado.

O presidente do Fã Clube Britânico dos Beatles, Peter Nash, presente à festa, afirmou que o endereço é um dos "três principais" em Londres para fãs dos Beatles, ao lado dos estúdios Abbey Road e do prédio que sediou a Apple, no número 3 de Saville Road.

Ironicamente, foi em Montagu Place que a polícia realizou a operação que levou à condenação de Lennon por porte de maconha – que lhe custou uma fiança de 150 libras (em câmbio aproximado, equivalente hoje a cerca de R$ 8 mil).

Anos depois, a condenação também levou ao processo de deportação do ex-beatle dos Estados Unidos, em 1971. Lennon acabou conseguindo residência após quatro anos de batalhas judicial.

Foi ainda no apartamento do subsolo do prédio agora marcado com a placa azul do English Heritage que a famosa foto de Lennon e Yoko nus, para a capa do LP Two Virgins, foi tirada.

Embora a placa cite apenas o nome de Lennon, o apartamento foi ocupado anteriormente por outros ex-beatles e pelo genial guitarrista Jimi Hendrix.

Na segunda metade da década de 60 ele pertenceu a Ringo Starr, que chegou a alugá-lo a Paul McCartney, entre outros artistas famosos.

No pequeno estúdio do apartamento de Ringo teriam sido gravadas as primeiras fitas demo de canções clássicas dos Beatles como Eleanor Rigby e Tomorrow Never Knows.
Foi também no subsolo de 34 Montagu Place que Jimi Hendrix teria gravado as primeiras versões de The Wind Cries Mary, uma das canções mais bonitas do americano.

Lennon se mudou para o apartamento na época em que os Beatles gravavam o disco The Beatles que ficou conhecido como Álbum Branco.

Até mesmo o escritor americano William Burroughs teria gravado as suas fitas experimentais Hello, yes, hello no endereço tombado.(BBC News)

Obras no Cristo Redentor da Polônia param

Premiê iraquiano acusa site Wikileaks de tentar sabotar sua reeleição


O primeiro-ministro iraquiano, Nouri al-Maliki, acusou o site Wikileaks de tentar sabotar suas chances de reeleição, depois da divulgação de quase 400 mil memorandos militares secretos americanos.

Os dados indicam que as Forças Armadas dos Estados Unidos ignoraram casos de tortura praticada por autoridades iraquianas, além de trazer indícios de que americanos se omitiram diante de "centenas" de mortes de civis em postos de controle.

"Existem alguns interesses políticos por trás da campanha midiática que tenta usar os documentos contra líderes nacionais, especialmente o primeiro-ministro, e eles levantam uma série de questões devido à época de sua publicação", afirmou o gabinete de al-Maliki por meio de um comunicado, neste sábado.
O primeiro-ministro, que é xiita, tenta se manter no poder depois das eleições gerais ocorridas em março, que não tiveram um resultado claro.

Seus oponentes sunitas dizem que os papeis divulgados pelo Wikileaks destacam a necessidade de estabelecer um governo de coalizão, em vez de concentrar todo o poder nas mãos de al-Maliki.

Mortes de civis

O material divulgado pelo Wikileaks – considerado o maior vazamento de documentos secretos da história – comprova que os Estados Unidos mantiveram registros de mortes de civis, embora já tenham negado esta prática.

Ao todo, foram divulgados registros de 109 mil mortes, das quais 66.081 teriam sido civis.
O vazamento foi criticado pelo governo americano. Um porta-voz do departamento de Defesa afirmou que os documentos fornecem apenas observações de unidades táticas, contendo observações de "eventos trágicos e mundanos".

A secretária de Estado americana, Hillary Clinton, também condenou a publicação e deu a entender que ele poderia pôr vidas em risco.

O governo britânico também condenou o vazamento. Por meio de uma nota, o Ministério da Defesa da Grã-Bretanha disse que as informações divulgadas pelo site ameaçam a vida de britânicos em serviço no Iraque, além de "tornar o trabalho das forças armadas em todos os teatros de operação mais difíceis e perigosos".

O ministério afirmou ainda que uma equipe irá investigar as denúncias de abusos por parte de funcionários britânicos no Iraque.

Julian Assange, fundador do Wikileaks, defendeu a divulgação dos dados e disse que deve acionar a Justiça com base nas informações contidas nos documentos.
Assange disse também que os documentos foram censurados de forma a não revelar "qualquer informação que possa ser prejudicial a qualquer indivíduo".

Tortura

Muitos dos 391.831 relatórios Sigact (abreviação de significant actions, ou ações significativas, em inglês) do Exército americano aparentemente descrevem episódios de tortura de presos iraquianos por autoridades do Iraque.

Em alguns deles, teriam sido usados choques elétricos e furadeiras. Também há relatos de execuções sumárias.

Os documentos indicam que autoridades americanas sabiam que estas práticas vinham acontecendo, mas preferiram não investigar os casos.

O porta-voz do Pentágono Geoff Morrell disse à BBC que, caso abusos de tropas iraquianas fossem testemunhados ou relatados aos americanos, os militares eram instruídos a informar seus comandantes.
"No nível apropriado, essa informação seria então dividida com as autoridades civis e militares iraquianas para que tomassem providências."

sábado, outubro 23, 2010

Dono do 'Wall Street Journal' compara Lula a Margareth Thatcher



Para Rupert Murdoch, dono da New Corporation, o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva é discípulo de  Margaret Thatcher, "a Dama de Ferro"como é conhecida, premiê britânica do fim dos anos 70 até o início dos anos 90.

Segundo o empresário, apesar de Lula ter começado como socialista, hoje ele pode ser considerado um thatcherista. Ele cita as favelas brasileiras como exemplos da transformação nas quais o país passara durante o governo do atual presidente.


Thatcher: neoliberalismo e privatizações

Margaret Thtacher foi primeira-ministra de 1979 a 1990. Seu nome, junto com o ex-presidente americano Ronald Reagan (já falecido), é associados ao começo da implementação do neoliberalismo na economia mundial, com cortes nos gastos e investimentos sociais, e também privatizações.

Durante o mandato de Thtacher, a maior parte das empresas públicas britânicas foi
vendida. Sua postura decidida durante uma greve de trabalhadores do setor de mineiração, na década de 1980, lhe valeu o apelido famoso, pois a paralisação durou mais de um ano e terminou sem que ela fizesse uma concessão sequer. "A Dama não dá meia-volta", costumava dizer. Atualmente, Margaret Thtacher tem 85 anos e sofre de Mal de Alzheimer.

Assessor de Lula é acusado de participar de esquema de propina

 

O PT e o chefe do Gabinete da Presidência, Gilberto Carvalho, estão na mira da Justiça de São Paulo. Eles são acusados de participar de um esquema de cobrança de propina durante a gestão de Celso Daniel na prefeitura de Santo André.

Segundo informações do jornal "O Estado de S. Paulo", Gilberto seria integrante de uma quadrilha que teria desviado R$ 5,3 milhões dos cofres públicos. O ex-prefeito Celso Daniel foi morto em janeiro de 2002, ano em que foram registradas as primeiras denúncias sobre o esquema ilegal. Outras cinco pessoas e uma empresa foram citadas no processo sob a mesma acusação.

Na última segunda-feira, os recursos apresentados para adiar o andamento do processo foram negados. Ainda segundo a ação movida, o assessor de Lula encaminhava propina para os cargos de destaque do PT.

Gilberto informou que já foi ouvido no ministério Público e em duas CPIs, e está com a "consciência tranquila".

Haiti: cólera já matou quase 200 e se espalha


O governo do Haiti confirmou neste sábado a morte de pelo menos 196 pessoas em decorrência do surto de cólera no país.

Mais de 2,5 mil pessoas estão internadas sob suspeita de infecção pela doença, que provoca febre alta, diarreia, vômitos e desidratação.

De acordo com o presidente haitiano, René Preval, as autoridades estão tomando providências para que o cólera não ultrapasse as regiões de Artibonite e Plateau Central, ao norte da capital, Porto Príncipe.

Agências humanitárias dizem, entretanto, que já foram registrados casos da doença fora deste foco central e que ela pode estar chegando à fronteira da República Dominicana.

Especialistas dizem que essa é a primeira epidemia de cólera em um século, por isso, a população não tem qualquer imunidade contra a bactéria.

Mais mortes

As autoridades temem que o número de mortos possa se multiplicar dramaticamente, caso a doença chegue aos acampamentos improvisados para a população após o terremoto de janeiro.
O tremor deixou cerca de 1,5 milhão de pessoas sem teto e matou cerca de 250 mil.

Até hoje, milhares vivem nos acampamentos, sem saneamento básico e com acesso limitado a água potável.
Acredita-se que o surto de cólera tenha sido provocado pelo consumo de água contaminada do rio Artibonite.

O governo brasileiro anunciou na sexta-feira que está ajudando a combater o problema.
Segundo nota divulgada pelo Ministério da Saúde e pelo Itamaraty, o Brasil estaria pronto para distribuir suprimentos médicos, pastilhas para purificação de água, vasilhames, kits higiênicos e soro reidratante.

A nota diz ainda que técnicos brasileiros do Ministério da Saúde estão na capital Porto Príncipe, onde treinam agentes sanitários haitianos e preparam levantamento sobre necessidades de material médico.

Segundo o informe, na próxima semana o Brasil enviará ao Haiti, em voos especiais da FAB, antidiarreicos, sais para reidratação oral e antibióticos, além de luvas e outros materiais descartáveis.

sexta-feira, outubro 22, 2010

Brasil é 2º em ranking mundial de furtos em lojas


O Brasil ocupa, ao lado do Marrocos, o segundo posto no ranking dos países onde há mais prejuízos causados por furtos em lojas, segundo um estudo de uma organização britânica especializada em vendas no varejo.

Intitulado Barômetro Global de Furtos no Varejo, a pesquisa calcula que entre julho de 2009 e junho deste ano os lojistas brasileiros perderam R$ 3,9 bilhões em furtos e erros administrativos.

O valor representa 1,64% do total das vendas no período e, proporcionalmente, só é inferior ao da Índia (2,72%). Participaram do levantamento no Brasil 37 redes varejistas de variados setores, com 29.132 lojas espalhadas pelo país.

Do total dos prejuízos registrados por lojistas brasileiros, 32,8% foram atribuídos a furtos por clientes, 43,4%, a furtos por funcionários e 7,6%, a fraudes envolvendo fornecedores e vendedores. Outros 16,2% foram creditados a outros tipos de erros.

O Brasil foi o único entre os 40 países pesquisados a ter registrado aumento nos prejuízos, ainda que o crescimento tenha sido de apenas 0,02 ponto percentual em relação a 2009.

Joshua Bamfield, diretor do Centro de Pesquisas do Varejo (órgão que conduziu o estudo), diz que não se pode creditar a piora do índice brasileiro somente à criminalidade. “Os lojistas têm trabalhado duro em identificar perdas, então parte desse aumento pode ser atribuído a uma maior precisão nos dados.”

América Latina

Além do Brasil, participaram do estudo outros dois países latino-americanos: o México, 5º colocado da lista, com perdas causadas por furtos equivalentes a 1,61% das vendas, e a Argentina, em 11º lugar, com 1,48%.
No ranking geral, Índia, Brasil e Marrocos são seguidos por África do Sul, Rússia, México, Tailândia, Malásia e Turquia.

No outro extremo da tabela, figuram entre os países com menores perdas causadas por furtos Taiwan (0,87%), Hong Kong (0,91%) e Áustria (0,97%).

Os Estados Unidos (10º lugar e 1,5%), o Canadá (12º e 1,42%) e a Austrália (15º e 1,32%) foram os países desenvolvidos que tiveram pior desempenho.

O estudo calcula em R$ 182 bilhões o total de perdas causadas por furtos em 2010 no mundo todo, o equivalente a 1,36% do valor das vendas. O índice é 5,6% menor do que o registrado em 2009, resultado creditado à melhor situação da economia mundial e ao aumento de 9,3% nos investimentos em segurança, que custaram R$ 45,4 bilhões aos cofres das lojas em 2010.

As maiores reduções em furtos ocorreram na Índia (15,1%) e nos países da América do Norte (6,9%, em média).

Lâminas de barbear

Os setores que mais registraram ocorrências foram os de peças de carros e materiais de construção (1,81%); roupas e acessórios (1,72%); e cosméticos (1,7%).

Já os menos afetados foram os de bebidas alcoólicas (0,72%); calçados e artigos esportivos (0,76%); eletrônicos e computadores (0,87%).

As lojas relataram ter detido 6,2 milhões de ladrões em 2010, dos quais 800 mil eram seus próprios funcionários. Os lojistas que mais apreenderam criminosos foram os europeus (3,4 milhões), seguidos pelos norte-americanos (2,5 milhões).

Em média, cada furto por cliente gerou prejuízo de R$ 330; já os furtos de funcionários custaram R$ 3,29 mil cada.

Entre os itens mais furtados destacaram-se lâminas e cremes de barbear, smartphones, perfumes, bebidas, carne fresca, escovas de dente elétricas, café, DVDs, jogos eletrônicos, bolsas, tênis, óculos escuros e relógios.(BBC)

Senado da França aprova impopular reforma previdenciária

 
O Senado francês aprovou na sexta-feira a impopular reforma previdenciária proposta pelo presidente Nicolas Sarkozy, mas os sindicatos prometem continuar lutando contra a elevação da idade mínima de aposentadoria.

Por 177 fotos a favor e 152 contra, o projeto foi aprovado depois que o governo conservador usou uma medida especial para acelerar o debate, enquanto enviava a polícia para dissolver piquetes em depósitos de combustíveis.

A lei, que eleva de 60 para 62 anos a idade mínima de aposentadoria, provocou o mais incisivo movimento de protesto em toda a Europa contra as medidas de austeridade adotadas por vários governos para controlarem suas dívidas e seus déficits.

A reforma agora deve passar rapidamente por uma comissão parlamentar mista e pelo conselho constitucional, antes de ser sancionada.

Horas antes da votação, policiais dissolveram um piquete perto da principal refinaria que abastece Paris, enquanto os sindicatos endurecem sua posição e convocam greves também em outras categorias.
Sinalizando a intenção de não abdicar dos protestos, as seis principais centrais sindicais convocaram mais duas jornadas nacionais de manifestações, nos dias 28 de outubro e 6 de novembro.

"Os protestos não estão parando, simplesmente temos visões diferentes a respeito de como proceder", disse Jean-Claude Mailly, líder da central radical Force Ouvrière, à rádio RMC.

"Ainda achamos que se manifestar não basta ... temos de ampliar ... precisamos de uma jornada forte de greves nos setores público e privado."

O governo também parece determinado a não ceder. Com escudos, uma tropa de choque dissolveu os piquetes e retirou pneus em chamas que impediam o acesso à refinaria Grandpuits, pertencente à empresa Total, a sudeste de Paris. Houve tumulto, e uma pessoa foi retirada de maca após ser pisoteada.
Mas analistas não preveem que as greves tenham algum impacto duradouro sobre a avaliação de crédito da França.

Na quinta-feira, o governo vendeu confortavelmente títulos de curto prazo, embora tenha pagado um ágio sobre emissões anteriores, o que segundo analistas reflete preocupações latentes com a capacidade do governo de impor medidas de austeridade.

"A crise até agora teve um impacto quase nulo nos 'spreads' dos títulos na França", disse Julian Jessop, economista-chefe internacional da Capital Economics. "Acho que há uma percepção nos mercados de que isso é apenas os franceses sendo franceses".


COMBUSTÍVEIS


Sarkozy tem sido pressionado a resolver o conflito trabalhista antes das férias escolares que começam neste fim de semana. A 18 meses de uma eleição em que ele deve buscar um novo mandato, sua popularidade está em níveis baixíssimos.

As 12 refinarias do país estão em greve há 11 dias, e o bloqueio aos depósitos de combustível gera transtornos nos transportes, além de deixar desabastecidos cerca de um quinto dos 12,5 mil postos de gasolina.

Jean-Louis Schilansky, presidente da Ufip, entidade do setor petrolífero, disse a jornalistas após reunião com o primeiro-ministro François Fillon que, com aumento das importações e reservas, haverá combustível para semanas ou meses.

O líder dos petroleiros na central sindical comunista CGT, Charles Foulard, disse que "Sarkozy declarou guerra."

O presidente afirma que a reforma é a única forma de limitar o déficit previdenciário e de proteger a cobiçada avaliação de crédito "AAA", que permite à França contrair empréstimos com juros favoráveis.

"Se os franceses não tomarem cuidado, em breve vão se juntar aos Piigs (Portugal, Itália, Irlanda, Grécia e Espanha) como as economias turbulentas da Europa", disse o professor Anthony Sabino, da Universidade St. John's, de Nova York.

O governo pretende cortar o déficit para 6 por cento do Produto Interno Bruto (PIB) no ano que vem, levando em conta um crescimento econômico de 2 por cento, na primeira etapa de um plano destinado a reduzir até 2013 o déficit público até 3 por cento do PIB, que é o limite previsto pela União Europeia para países da zona do euro.

APOIO ÀS GREVES

A reforma previdenciária na França eleva a idade mínima de aposentadoria de 60 para 62 anos, e a idade para a pensão integral de 65 para 67 anos. O governo espera que os protestos comecem a minguar após a aprovação da reforma.

Mesmo após as mudanças, a França terá uma das menores idades de aposentadoria em toda a Europa. O conjunto das medidas propostas por Sarkozy para reduzir o déficit é bem mais brando do que em países como a Grã-Bretanha, que nesta semana anunciou cortes de gastos públicos no valor de 80 bilhões de libras (126 bilhões de dólares).

Mas uma pesquisa divulgada na sexta-feira pelo Canal Plus mostrou um aumento do apoio às greves nos últimos seis dias - os protestos trabalhistas agora têm o apoio de 70 por cento dos franceses. As pesquisas mostram também que a maioria das pessoas é contra a reforma previdenciária.

Os sindicatos esperam que o envolvimento de secundaristas e universitários - milhares deles saíram às ruas na quinta-feira - e de trabalhadores do setor privado desequilibre a balança e force o governo a recuar, como ocorreu há 15 anos, durante protestos contra outra reforma previdenciária.

Mas o número de jovens manifestantes continua sendo bem inferior ao que foi visto em 1995 e 2006, e a perturbação nos transportes é bem menos generalizada.

Episódios violentos envolvendo jovens mascarados em Lyon (centro) e Nanterre (subúrbio de Paris) também abalaram a imagem pacífica e disciplinada do movimento contra as reformas.
Os sindicatos dizem que as passeatas desta semana atraíram 3,5 milhões de pessoas, mas o governo estima que foram somente 1 milhão.(Reuters)  


Após 8 anos de PT, Brasil se beneficiaria de mudança, diz 'Economist'

Em edição publicada nesta quinta-feira, a revista britânica Economist afirma que, após passar os últimos oito anos sob uma gestão petista, o Brasil “se beneficiaria de uma mudança no topo”, dizendo que o PT dá sinais de “ter ficado muito confortável no poder”. 

A revista enumera outros motivos pelos quais o eleitor brasileiro deveria optar pelo candidato José Serra, do PSDB, no segundo turno da eleição presidencial: “a senhora (Dilma) Rousseff não é Lula. Ela não tem os seus extraordinários dons políticos e talvez nem seu pragmatismo inato”.
Também diz que Serra, “embora fraco na campanha, foi um eficiente ministro, prefeito e governador”.

Embora afirme em outro texto que uma virada de Serra a esta altura seria equivalente a “dar um cavalo-de-pau num caminhão de dez toneladas”, a Economist diz que o “Brasil agora tem uma opção”.

Segundo a publicação, tanto Dilma quanto Serra podem ser descritos como social-democratas, e “ambos concordam em questões gerais sobre políticas econômicas e sociais”. Mas a revista diz que, “nas questões em que eles discordam, Serra é o mais persuasivo”.

“Serra também tem os seus defeitos, notadamente uma preocupante tendência em tentar ‘microgerenciar’ tudo”, pondera a Economist. Mesmo assim, diz que “seu histórico indica que seria mais ágil em cortar gastos excessivos e eliminar o déficit fiscal”, ao passo que Dilma “atacaria essas distorções mais gradualmente, se o fizer”.

A Economist afirma que houve um “inexorável aumento nos gastos públicos” na gestão Lula e diz que, apesar de suas conquistas na luta contra a pobreza, o presidente “deixa um país onde um em cada dois lares não tem esgoto e os padrões educacionais permanecem deploráveis”.

RJ: PF estoura cassino clandestino com material de candidato a deputado

A Polícia Federal de Nova Iguaçu, no Rio, estourou no fim da noite de ontem (21) um cassino clandestino no centro da cidade, que fica na Baixada Fluminense. No local, os policiais encontraram santinhos do candidato a deputado estadual, Jorge Marotte Correa (PMBD), conhecido por "Marotte Já É", cerca de R$ 3 mil em dinheiro, mesas, fichas de jogos, baralhos, computadores, anotações contábeis e uma lista com nomes de prováveis jogadores e frequentadores.

Segundo a polícia, o local teria sido instalado e seria visitado pela cúpula dos jogos eletrônicos e da contravenção do Rio. Uma moto foi apreendida, porém, ninguém foi preso. Segundo o titular da PF de Nova Iguaçu, Alexandre Saraiva, no imóvel alugado há quatro meses,o material apreendido estava guardado juntamente com outros documentos dentro de um quarto protegido por barras de ferro. O material será encaminhado e o fato informado ao Tribunal Regional Eleitoral do Rio.(Claudio Humberto)

Campanha eleitoral na internet ganha peso e gera polêmica

Livre de restrições que vigoraram até o ano passado, a campanha eleitoral na internet ganhou espaço na disputa presidencial brasileira e obrigou assessores de Dilma Rousseff (PT) e José Serra (PSDB) a traçar estratégias para o uso de ferramentas virtuais.

Mas, na briga online por votos, as duas campanhas também trocam farpas e concordam que o uso eleitoral da web tem seu “lado B”: a propagação de mensagens de tom acusatório, ofensas e boatos.

Na avaliação de Manoel Fernandes, diretor da Bites, consultoria especializada em redes sociais, as eleições deste ano mostram "o quanto a internet pode contribuir para criar percepções que não necessariamente estão alinhadas com os fatos”.

Segundo Fernandes, todo o debate em torno da posição religiosa de Dilma e de Serra, incluindo a posição de ambos em relação ao aborto, “foi construído na internet”.
“Foi ali, na web, que essa discussão ganhou uma proporção que nem as campanhas esperavam”, diz.

Palco livre

Com debates engessados na televisão e um horário eleitoral cada vez mais parecido com uma peça publicitária, especialistas avaliam que a internet acabou se transformando em um palco “mais livre” para as discussões típicas da época de campanha.

“Em microblogs como o Twitter, por exemplo, o eleitor pode não apenas expressar sua opinião, mas também fazer cobranças diretamente aos candidatos. É um novo tipo de relacionamento”, diz Fernandes.
Segundo o Ibope, cerca de 45 milhões de pessoas têm acesso à internet no Brasil, e estima-se que, desse total, pelo menos 65% utilizem algum tipo de rede social, como Orkut, Facebook e Twitter.

Os especialistas costumam lembrar que nem todo esse público costuma usar a internet para acompanhar as eleições, mas que existem subgrupos, mais ativos, que acabam funcionando como “cabeças de rede” – muitas vezes originando e distribuindo informações sobre os candidatos, por contra própria.

Acusações

Diante do impacto da mobilização online no processo eleitoral, os coordenadores de internet de Dilma e Serra concordam que um dos principais desafios da campanha no mundo virtual é evitar o que chamam de “excessos” - ou seja, a disseminação de agressões e boatos.

Para Soninha Francine (PPS), que coordena a comunicação de Serra no mundo virtual, a internet “sempre teve um lado violento”, com pessoas se aproveitando do anonimato ou da distância física para adotar um linguajar “extremamente ofensivo”.