Apoiadores dos dois candidatos à presidência de Guiné se enfrentaram neste sábado nas ruas da capital do país, Conakry, depois que foi anunciado o adiamento do segundo turno das eleições, inicialmente marcado para este domingo.
Os confrontos entre os eleitores de Cellou Dalein Diallo (situação) e Alpha Conde (oposição) foram registrados, além da capital, nas cidades de Kankan e Siguiri.
Esta eleição será o primeiro pleito democrático após 52 anos de governos autoritários. Os militares deixaram o poder em 2008, causando instabilidade política no país de 9,8 milhões de habitantes, localizado no oeste do continente africano.
Esta é a terceira vez que a eleição é adiada. O segundo turno foi marcado inicialmente para julho.
As Nações Unidas alertaram que o atraso no pleito aumentaria o risco de instabilidade, enquanto o governo americano afirmou que a eleição é muito importante para o futuro de Guiné.
Acusações de fraude
O general Sengare, natural de Mali, foi indicado para chefiar o processo depois de meses de acusações de fraude envolvendo a eleição. Os dois candidatos apoiam o chefe da comissão eleitoral.
Em reunião realizada na quinta-feira, o general descobriu que nem os cartões alfanuméricos dos eleitores, nem os envelopes selados para votação ainda haviam sido distribuídos.
Antes disso, os computadores que fariam a contagem eletrônica de votos haviam sido roubados das instalações da comissão eleitoral.
Já os salários dos funcionários que trabalham na eleição estão atrasados em 11 meses. Os servidores ameaçam boicotar o pleito caso a situação não seja regularizada.
Clima de tensão
O país vive um clima de tensão desde o primeiro turno, ocorrido em junho. O segundo turno foi adiado pela primeira vez devido a suspeitas de fraude. O segundo adiamento ocorreu devido à violência entre apoiadores dos candidatos.
No início desta semana, dois apoiadores de Diallo foram mortos depois que a polícia abriu fogo contra manifestantes que pediam a remoção do então chefe da comissão eleitoral.
Fontes diplomáticas afirmaram que tropas do país vizinho de Serra Leoa foram deslocadas para patrulhar a área de fronteira.
O ex-primeiro-ministro Diallo é favorito para vencer a eleição presidencial. O candidato afirma que só não foi eleito no primeiro turno - quando obteve 44% dos votos - devido à fraude.
Já Conde, um veterano líder da oposição, teve 18% dos votos no primeiro turno, mas ele alega que teve 600 mil sufrágios “roubados”.(BBC News)
Nenhum comentário:
Postar um comentário