segunda-feira, junho 02, 2008

O Nordeste e o Analfabetismo


O aumento do consumo nos estados do Nordeste foi motivo de grande festa nas últimas semanas. Entretanto, o crescimento do poder de compra da população esconde uma estatística bastante perversa para a região: o atraso na educação.
Apesar de o consumo ter aumentado nos nove estados nordestinos, a região ainda caminha a passos lentos para acabar com o analfabetismo. De acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), do IBGE, de cada dois analfabetos no Brasil, um vive no Nordeste.
“Poder ver nossos conterrâneos comprar mais é uma importante conquista, é bastante satisfatório. Mas reduzir as desigualdades no bolso ainda não produz efeitos nas escolas. A economia pode melhorar hoje, mas é o ensino de qualidade que leva o país a ter resultados consistentes amanhã”, ressaltou o deputado Felipe Maia (Democratas).
O percentual de pessoas no Nordeste com mais de 15 anos que não sabe ler chega aos 20%. No Sudeste esse número não ultrapassa os 6% e a média brasileira é de 10%. O número de nordestinos que não consegue compreender um texto, o chamado analfabetismo funcional, passa dos 34%. Além disso, o tempo médio que um aluno no Nordeste fica na escola é de apenas seis anos. No Sudeste chega a quase oito anos.
Os estados nordestinos conseguiram aumentar um pouco o número de crianças matriculadas nas primeiras séries. Entretanto, só 38,7% delas conseguem o primeiro diploma sem precisar participar de supletivos ou outros programas de aprendizagem acelerada. No Sul, quase 70% das crianças concluem o ensino de forma regular. Na prática, isso significa que um jovem catarinense, por exemplo, tem duas vezes e meia mais chances de se formar do que um potiguar.
“Esses índices são alarmantes. Mais de 90% das crianças no Nordeste entram na escola, mas nem a metade delas consegue terminar o ensino fundamental. Esses números revelam o descaso do governo federal e dos governos estaduais com a região, além de provar a baixíssima eficácia do nosso modelo de ensino.”, apontou o deputado.
Entretanto, a estatística mais desfavorável para a região é a que revela que dos 1.242 municípios brasileiros com pior Índice de Desenvolvimento da Educação Básica, 820 ficam no Nordeste. Além disso, Alagoas, Rio Grande do Norte e Bahia ocupam as três últimas posições no ranking nacional do índice.
“Não podemos permitir que nenhum estado seja abandonado nessas condições precárias de educação. É inaceitável ver o nosso Rio Grande do Norte com um dos três piores índices educacionais do país. Precisamos de investimento, precisamos que o governo federal repasse verbas para melhorar nossas escolas, para estimular nossos alunos e remunerar nossos professores de forma justa”, afirmou o parlamentar.(Assessoria do deputado)

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