O presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), determinou há pouco ao primeiro-secretário da Casa, Heráclito Fortes (DEM-PI), a responsabilidade por comunicar a todos os diretores do Senado que deixem seus cargos à disposição da estrutura institucional. A informação foi repassada há pouco à imprensa, sem divulgação de nota oficial. Uma assessora da presidência do Senado, acompanhada de dois novos assessores de imprensa, adiantou que todos os diretores da Casa, “sem exceção”, devem receber o comunicado. A assessora afirmou ainda que a decisão de Sarney faz parte de uma reforma geral nos quadros da instituição. Caso a decisão de Sarney seja mantida, o sucessor de João Carlos Zogbi na diretoria de Recursos Humanos, Ralph Campos Siqueira, cuja posse foi registrada ontem (16) no Boletim Interno do Senado, fica apenas um dia no cargo. Zogbi entregou o posto depois da notícia de que seu filho ocupava irregularmente um imóvel funcional da Casa.
O anúncio da mudança nos cargos de comando é sintomática. Em menos de um mês, o Senado acumula ao menos seis denúncias de desmando na administração pública federal.
Em ordem de aparição na imprensa, foram noticiadas a não declaração à Receita Federal, por parte do ex-diretor-geral Agaciel Maia, de uma mansão milionária em bairro nobre de Brasília, o que levou a seu afastamento; o pagamento de horas extras a mais de três mil servidores em pleno recesso parlamentar; o caso de João Carlos Zogbi; o uso de seguranças do Senado, por parte de Sarney, para segurança particular no Maranhão; a denúncia de "nepotismo terceirizado"; o uso de passagens aéreas da cota de Roseana Sarney (PMDB-MA), paga com dinheiro público, para transportar amigos, parentes e empresários maranhenses da líder do governo no Congresso. (Congresso em Foco)
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