terça-feira, dezembro 29, 2009

Ainda sobre o Poder...




  
Você sabe ou lembra qual é o fundamento da política?Provavelmente ou não sabe ou não deve lembrar, pois bem, eu me dei ao trabalho de ler sobre isso e encontrei em Aristóteles respostas muito bem fundamentadas.

O fundamento da política é a amizade, mas o objeto de estudo ou de interesse é o Estado e/ou o Poder. Outro dia escrevi uma coluna sobre esta peleja. É o Estado ou o Poder o verdadeiro interesse da política?Há inúmeras questões dentro da Academia acerca do real objeto de estudo. Este será, portanto o tema da minha Tese de Mestrado.Confesso que tenho me debruçado nos livros e filmes sobre o assunto e quanto mais eu leio, mais tenho pena do nosso país,das nossas crenças e expectativas quanto ao futuro próximo do Brasil.

 Revendo alguns fatos históricos venho percebendo que o Estado não é bem o interesse de estudo, mas sim um meio de se chegar ao Poder. Esta descoberta modifica alguns conceitos, ninguém está interessado no Estado!Nós os humanos queremos o Poder!Faça a análise você mesmo... Nós seres humanos e mesquinhos detestamos a idéia de não ter poder nenhum sobre as pessoas ou eventos, quando nos sentimos impotentes diante desta constatação nos sentimos infelizes.Ninguém quer poder menos, todos querem poder mais,sempre mais!Do porteiro do prédio ao chefe da nação. 

No mundo de hoje todos querem ser ou fazer o “politicamente correto”, portanto se torna perigoso a demonstração da fome de poder. Devemos parecer justos e decentes e ainda por fim devemos aparentar ser sutis, agradáveis porém astutos, democráticos mas não totalmente honestos, tudo isso para não sermos rotulados de otários.

Desde as cortes mais antigas até a nossa corte tupiniquim é o Poder que tanto nos seduz...Até aqueles mais moralistas, francos e honestos  querem o poder!Eles apenas não jogam abertamente. Talvez estes sejam os piores jogadores, porque não admitem querer, eles são mais dissimulados,são os supostos “não jogadores”, são os que se gabam de suas habilidades morais e do seu senso de justiça.

Pessoalmente eu tenho muito medo desses personagens “low profile” muito honrados e acima de qualquer suspeita, Cá entre nós o poder é essencialmente amoral, o poder é um jogo!E como em qualquer jogo não se julga os adversários por suas intenções, mas sim pelo efeito das suas ações e reações.

O Poder é um jogo social,onde o aparentar é tão importante quanto  o ser.É talvez cruel chegar a esta constatação tão dura sobre nós mesmos  porque neste “jogo” vale tudo!

Por que o governador o Distrito Federal não larga o osso?Porque não vai defender o nome e a honra de sua família? Por que ele não entrega logo o cargo?Por que insiste de forma quase patética em estar governador? A resposta é simples :Poder! Mas o poder que o governador Arruda se pega com unhas e dentes é lamentavelmente um poder infinitamente sedutor,mas assustadoramente ilusório, ele se meteu em um verdadeiro labirinto de tramas que acabará  por  consumir  sua mente em busca de uma saída, o que acabará por não acontecer...

Porque o verdadeiro poder é para aqueles que o estudam, para aqueles que se propõem a levá-lo a sério, o poder não é para os tolos, o poder não é para aqueles que só conseguem enxergar o perto, o dinheiro fácil e o enriquecimento ilícito, mas para os que conseguem ver de longe, os que conseguem vislumbrar erguer um país, em tornar este país mais justo, mais sério e mais honrado.

É escrever o seu nome na história porque no final  somos lembrados  não pelo dinheiro que temos, mas pelas ações que tomamos  e pelos feitos que realizamos.




Um comentário:

  1. Tudo isso é tão complexo...
    > Não sei se o poder é um jogo...
    > Acho que ele vem antes, o jogo é ferramenta, veículo para se chegar ao
    > poder.

    > Você tem uma inteligência privilegiada...

    Bjs.Tuxa

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