domingo, janeiro 17, 2010
Quem será o próximo presidente do Chile: Frei ou Piñera?
Os chilenos retornam às urnas neste domingo 17 para escolher o presidente , numa eleição que pode acabar com o domínio da Coligação Concertación, de centro-esquerda, que governa o país desde o final da ditadura do general Pinochet.
O segundo turno da eleição, que está ocorrendo porque nenhum dos candidatos recebeu os 50% mais um voto necessários por lei no primeiro turno no dia 13 de dezembro, tem dois candidatos: Eduardo Frei e Sebastián Piñera.
Piñera, de 60 anos, é um empresário bilionário político de direita, que representa o partido Coligação para Mudança. Ele obteve 44% dos votos no primeiro turno. Piñera concorre com o democrata cristão, Eduardo Frei, 67 anos, que foi o presidente do país de 1994 a 2000 e representa a Coligação Concertación. Frei, que tem o apoio da presidente cessante Michelle Bachelet, obteve 29,6% dos votos do primeiro turno.
Mas Frei diminuiu a diferença no último mês, como previsto em um pesquisa da Mori recentemente publicada: Piñera receberá 50,9% dos votos, comparado com os 49,1% de Frei. É esperada uma votação apertada para substituir Bachelet, que provavelmente terminará o seu mandado com o maior índice de aprovação a um presidente na história do país.
Os resultados das pesquisas é o assunto do momento em todo o país.
"Agora parece que as coisas se complicaram para Sebastián (Piñera), pois ele estava indo rumo à vitória, mas agora ele precisa competir", diz María Serey, 56 anos, que trabalha em uma banca de jornal no bairro nobre de Providencia, em Santiago.
"As pesquisas não significam nada. Precisamos esperar até [17 de janeiro] para ver o que vai acontecer, e aí saberemos", acrescenta Sergio Arenas, um marinheiro aposentado de 60 anos.
Mas a medida que o grande dia se aproxima, tanto Frei como Piñera concentram a sua campanha no que pode ser o fator decisivo desta disputa: ganhar o apoio dos 20% de eleitores que apoiaram no primeiro turno o legislador socialista dissidente, Marco Enríquez-Ominami. Enríquez-Ominami disse à imprensa que votará em Frei, mas se recusa a pedir que seus partidários o sigam.
Muitos dos eleitores de Enríquez-Ominami estão indiferentes com relação a votar em Frei ou Piñera.
Patricio Navia, um professor universitário da Universidade de Nova Iorque, pediu a Piñera para que não inclua em sua administração qualquer pessoa que tenha participado dos ministérios de Pinochet. A princípio, Piñera aceitou o pedido de Navia, mas ele mudou de posição, argumentando que não existe razão para excluir pessoas "que trabalharam lealmente naquela administração”.
“Não importa quem vença”, diz Navia, “não haverá grandes mudanças nas políticas fundamentais chilenas”.
Isso porque as plataformas de Frei e Piñera são parecidas em alguns pontos chaves: a preservação da honrada rede de proteção social desenvolvida por Bachelet; a redução dos índices de desemprego; o fortalecimento do esforço do país na guerra contra o crime e o tráfico de drogas; a melhora do sistema educacional e a construção de casas nas regiões pobres.
Bachelet, que termina o seu mandado em março e tem aprovação de mais de 80%, disse à Radio Cooperativa que ela votará em Frei "porque ele é um homem honesto”.
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