quinta-feira, maio 13, 2010

Já era a aliança PT/ PMDB no DF




Foi para o espaço, pelo menos, por enquanto a aliança entre PT e PMDB no Distrito Federal. Os dois partidos, que desde a eleição indireta de 17 de abril vinham ensaiando uma coligação para a disputa de outubro, optaram em não estabelecer ainda uma aliança. Durante reunião da executiva regional do PMDB, na última segunda-feira, a maioria dos dirigentes se posicionou contra a parceria com petistas. Atitude que reflete, na verdade, reação a uma ala do PT contrária à união. Assim, a tendência atual é de que cada uma das agremiações siga caminho em direções opostas. O PMDB estuda lançar candidatura própria.

Um dos principais defensores da aliança com os petistas, o deputado federal Tadeu Filippelli (PMDB) sofre resistências dentro do PT e do próprio partido que lidera na condição de presidente regional. Há algumas alas do PT que consideram a aproximação com o PMDB um tiro no pé porque atrairia não só a força de um partido considerado importante, com generoso tempo de televisão, mas também imensos problemas.O PMDB abriga nomes investigados na Operação Caixa de Pandora. Os distritais do partido, Eurides Brito, Rôney Nemer e Benício Tavares, são alvo do Inquérito nº 650 do Superior Tribunal de Justiça, que apura o pagamento de propina a deputados da base de apoio ao governo de José Roberto Arruda.

A poucos meses da disputa eleitoral e a dias do encontro dos 350 delegados regionais do PT, não há um petista que assuma a responsabilidade de pedir votos para a turma de Pandora. Uma eventual parceria teria entre as cláusulas do contrato a exclusão dos distritais envolvidos em denúncias. Resultado: os deputados do PMDB, alguns com voto na executiva, pressionam para o partido rever a aproximação com o PT. Alegam que uma possível aliança formal com a legenda da esquerda só traria vantagens para os petistas, que ganhariam tempo de TV. E, se muito, ajudaria a eleger Tadeu Filippelli como vice na chapa capitaneada por Agnelo Queiroz. “É um casamento de fachada, por interesse. O PT só quer o tempo de TV do PMDB, mas não está interessado em assumir a noiva, contra quem está cheio de preconceitos”, ilustra um cacique peemedebista.

As reservas do PT ficaram explícitas com a declaração de Chico Vigilante de que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva havia orientado o partido a conversar com o PMDB na capital, mas não com a Caixa de Pandora. Vigilante é um dos principais nomes do partido no DF e quem costuma fazer a interlocução entre a direção nacional da legenda e a instância local. Apesar do mal-estar causado pela opinião de alguns petistas, Filippelli ainda defendeu a tentativa de ajustar os ponteiros com o PT de Agnelo durante o encontro com os correligionários na última segunda-feira.

Diante das ponderações dos aliados, no entanto, o presidente da sigla já fala abertamente em jogar a toalha nos planos de uma parceria. “O PT parecia propor um projeto alicerçado na maturidade, mas em função das disputas internas, da falta de pulso e de liderança, esse plano inicial se converteu em um projeto voltado para o próprio umbigo, para os projetos pessoais de alguns”, considerou Filippelli.

O presidente regional do PMDB confia que a legenda chegará a um consenso e trabalhará em sintonia. Segundo afirmou, uma das hipóteses passa por uma terceira via, que poderia reunir PMDB e PSDB e acrescentar adeptos como o DEM, isolado em função da crise, e ainda o PPS, o PHS, o PRP e o PP. Na última sexta-feira, Filippelli esteve com a ex-governadora Maria de Lourdes Abadia (PSDB), com quem conversou sobre uma possível junção. Abadia, por enquanto, não disse nem que sim nem que não. Ela ainda pesa na balança a briga que vai comprar com o ex-governador Joaquim Roriz (PSC), que se tornou inimigo de Filippelli.

É,a coisa está mesmo sem muita definição no DF.A cada dia os partidos locais ficam mais sem saber o que fazer e a quem se aliar...

Nenhum comentário:

Postar um comentário