O Brasil está caminhando para ter juros de primeiro mundo.A taxa básica de juros,a Selic, referência para aplicações financeiras de renda fixa, que ano após ano vem caindo com pequenos repiques de alta, mas vem caindo. E com esse novo cenário, os brasileiros vão ter que fazer outros planos para a sua tão sonhada independência financeira.
Ganhar dinheiro com a renda fixa no Brasil “era uma grande moleza”, como diria um comentarista esportivo. Em 2002 a taxa Selic chegou a bater 25% ao ano. Especialistas em finanças pessoais em suas palestras ensinavam a alquimia para garantir o seu futuro: bastava apenas guardar uma quantia X mensal por um período de uns 25 a 30 anos que a “pedra filosofal” dos juros faria o encantamento. E os gráficos mostravam como essa pedra mágica funcionou nos 20, 30 anos passados. Quem fez, com certeza está feliz. E quem não fez? É hora de começar, mas tem dois problemas: A taxa Selic hoje está a 10,25%, e como dizer para uma pessoa que tem seus 40, 50 anos que ela tem que poupar uma quantia X (cada vez maior com o passar dos anos e com a baixa dos juros) durante 25 a 30 anos?Apenas para lembrar, um dos países de primeiro mundo que tem a maior taxa de juros hoje é a Austrália, que está beirando os 4% ao ano. Existem países que beiram os 1%.
O conforto da renda fixa está acabando. As pessoas vão ter que começar a se mexer mais, a se arriscar mais, para garantir a sua independência financeira.
O poupar hoje ainda é necessário, mas já não é mais o bastante. Em uma escala evolutiva pessoal, podemos dizer que o primeiro degrau seria o “devedor”. Esse, enquanto não for resolvido, não tem muito o que ser feito, devido a “mordida” dos juros das instituições financeiras que emprestam dinheiro. Depois vem o estado “equilibrado”, onde as despesas se equilibram com os ganhos. Após esse estado, temos o “poupador”, que monta o seu “bote salva vidas” em uma aplicação segura para momentos de “tsunamis financeiros” como uma perda de emprego, doença na família, reforma emergencial, por ai vai. E depois? Depois vem o estado que poucas pessoas se preocupavam ou se preocupam, que é o estado “investidor”.
Depois de todas estas constatações, parece que ficou mais difícil alcançar a tão sonhada independência financeira que o brasileiro tanto corre atrás. Até diria que felizes eram os nossos pais, que ganharam dinheiro com as generosas taxas de juros e de quem guardou o dinheiro do cafezinho e poupou durante 30 anos.Hum...O porquinho está magrinho...
Nenhum comentário:
Postar um comentário