quarta-feira, setembro 29, 2010

Para sociólogo chileno, eleitor vota em 'pessoas' e não em 'ideias'

 
Diante de programas de governo cada vez mais parecidos entre si, o eleitor acaba definindo seu voto não pelas ideias propostas, mas sim de acordo com o perfil do candidato, avalia o sociólogo e consultor político chileno Eugenio Tironi.

“Os programas de governo, além de parecidos, muitas vezes são deixados de lado depois. Já o candidato é difícil de modificar”, diz.
Tironi atuou no ano passado como estrategista da campanha de Eduardo Frei, candidato do governo para suceder Michelle Bachelet na Presidência do Chile.

Apesar dos 80% de aprovação de Bachelet, Frei não conseguiu absorver sua popularidade e acabou derrotado para o candidato de direita, Sebastián Piñera.

No livro Radiografia de uma Derrota, lançado recentemente no Chile, Tironi faz um relato do fracasso, com críticas inclusive ao que classifica de “falta de energia” de seu ex-cliente.
“O equívoco começou, sem dúvida, com a escolha de Frei como candidato, uma pessoa que apesar de extremamente capacitada, não transmitia energia ou vigor”, diz.

Para ele, o fenômeno da transferência de votos está sendo mais fácil no Brasil porque a candidata do governo, Dilma Rousseff, tem sua imagem ligada diretamente à imagem de Lula.
“Dilma foi a escolhida do presidente, ou seja, com a total bênção de Lula, enquanto Frei foi apontado pelo partido”, diz o sociólogo.

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