segunda-feira, outubro 11, 2010

Principal desafio econômico do próximo governo é aumentar a competitividade do país, diz professor da FGV

O Banco Central elevou mais uma vez a projeção de inflação, passando de 5,05%, na semana anterior, para 5,07%. Entretanto, para 2011, a previsão caiu de 4,94% para 4,92%, segundo dados do relatório Focus, divulgado no começo de outubro.
De acordo com o professor de finanças da FGV-EAESP, Fabio Gallo Garcia, os principais itens que sofreram elevação foram os preços dos alimentos, vestuário e despesas pessoais.  “O crescimento do PIB, que deve chegar próximo a 8%, o aumento da renda, associado à baixa taxa de desemprego, a expansão do crédito, que já atinge o patamar de 46% do PIB, aumentam a expectativa de que essa pressão de preços continuará. No curto prazo, temos que considerar também o aumento dos gastos típicos de fim de ano, já a partir deste mês”.
Com relação aos principais desafios que o novo governo enfrentará, Gallo ressalta que é preciso aumentar a competitividade do país. “Os desafios econômicos para o próximo presidente são muito grandes, mas o principal é a competitividade do Brasil. O próximo presidente deverá considerar o fortalecimento de nossas indústrias, buscar ultrapassar o hiato tecnológico que vivemos, estruturar as infovias de maneira eficaz, comprometer-se com a reforma tributária de maneira decidida, orientar o desenvolvimento de crédito de longo prazo, tratar da questão da infraestrutura do país. Para isso, vai ter que aumentar o nível de investimentos”, recomenda Gallo. E acrescenta que em relação à infraestrutura,é preciso solucionar questões portuárias e promover maior articulação do transporte modal para a circulação de produtos.
“O governo deverá tratar da questão cambial de maneira muito dinâmica e inteligente porque essa política depende fortemente de variáveis externas, afinal a queda do dólar não acontece somente em nosso mercado. É preciso também equacionar a questão monetária, pois ainda mantemos uma das maiores taxas reais de juros do mundo e, um país que queira realmente ser considerado desenvolvido não pode manter essa base de juros em sua economia.” 
 

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