A União Europeia planeja obrigar credores privados a cobrir perdas de eventuais futuras crises da dívida na zona do euro.
A medida é parte de um projeto permanente – a ser financiado pelos governos da zona do euro – para substituir os atuais fundos de resgate financeiro, que expiram em 2013.
O novo mecanismo exigirá uma alteração no Tratado de Lisboa, que pode enfrentar dificuldades para ser ratificada na Irlanda e em outros países.
Os detalhes da proposta, chamada Mecanismo Europeu de Estabilidade, estão incluídos em um rascunho de um comunicado da União Europeia.
As mudanças chegariam com atraso no caso da Irlanda, que no mês passado foi forçada por parceiros europeus a assumir o resgate de seus bancos para poder obter um pacote de ajuda financeira de 85 bilhões de euros.
Repasse de perdas
No futuro, a UE pode exigir, como pré-requisito para fornecer pacotes de resgate financeiro, que governos da zona do euro afetados por crises repassem suas perdas a seus credores privados – incluindo investidores em títulos de dívidas governamentais.
E se um governo continuar endividado, seria obrigado a pedir moratória de suas outras dívidas, sem deixar de pagar as parcelas de seu pacote de resgate.
Isso, não vai agradar os mercados, que acreditavam que possuir títulos do governo era tão seguro quanto possuir dinheiro vivo.
Em geral, as medidas, se implementadas, vão significar que os credores privados dos governos enfrentarão um risco muito maior de perder o seus investimentos.
Com isso, é possível que países endividados só consigam obter dinheiro no mercado a uma taxa de juros muito mais alta.
A retóríca do rascunho contrasta com o resgate imposto à Irlanda. Nesse episódio, a UE foi acusada de ter insistido para que Dublin ajudasse os bancos insolventes do país, o que irritou parte da população.
No entanto, com os bancos tendo dificuldades para se capitalizar, os líderes europeus temiam que a crise bancária irlandesa se estendesse ao resto do continente.
Bancos
Em separado, a UE planeja levar a cabo um novo – e mais rígido – teste de risco nos bancos de grande porte.
Os testes prévios, feitos em meados do ano, foram criticados por não terem considerado a possibilidade de inadimplência por parte de governos da zona do euro.
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