Um dos maiores eventos de tecnologia do mundo, fecha as portas neste sábado. Mas o evento, que começou nesta segunda-feira (17) não foi marcado apenas pelas novidades tecnológicas. Houve problemas com o credenciamento dos participantes, energia elétrica, internet e até alagamentos na área reservada ao público.
Logo no primeiro dia, foram horas e horas de fila. Teve quem chegou cedo e conseguiu entrar na arena sem grandes tormentos. Mas para a grande maioria, o início da feira foi de cansaço e desorganização. No entanto, o estresse dos primeiros momentos foi embora com as atrações que estavam por vir. “Além das grandes palestras e do conhecimento, a edição trouxe a possibilidade de fazer networking. Consegui mostrar um pouco dos meus projetos e ganhei aliados”, explicou a bióloga Luciana Bessa, de 33 anos.
No segundo dia tudo começou bem. Os tão esperados “pais da internet", Al Gore e Tim Berners-Lee, apresentaram suas ideias sobre a rede aberta e o que ela pode beneficiar o ser humano e o meio ambiente. Mas foi a própria natureza que pregou uma peça na Campus Party: as fortes chuvas que caíram na cidade de São Paulo causaram um apagão de uma hora e meia.
“Eu vim em todas as edições. Esta foi a de pior estrutura, com problemas que não ocorriam antes, quando a feira era menor”, afirmou o analista de sistemas Marcelo Brito, de 29 anos. Segundo ele, até goteiras dentro da área destinada aos campuseiros foram encntradas. “Fiquei com medo de molhar meu equipamento, de estragar o que eu trouxe”, completou.
Mas o pior é que mesmo com a compra de novos geradores, a falta de energia voltou a aparecer até sexta-feira.
Descobertas do passado e futuro
Um dos precursores da rede no mundo, Stephen Crocker, também fez parte da lista de destaques da Campus Party. Um dos desenvolvedores da Arpanet, o primeiro sistema de internet que existiu, explicou que “o começo de tudo foi criado por meio de experimentos e da necessidade de otimização do compartilhamento em um canto do departamento de defesa dos EUA”.
Já o diretor da Linux Internacional, Jon “Maddog” Hall, que já participou diversas vezes do evento no Brasil e no mundo todo, apresentou um projeto tecnológico com foco social, o Caua Project. O principal objetivo da ideia de Maddog, segundo ele mesmo, é “introduzir a população de países em desenvolvimento, como o Brasil, na era digital”. A iniciativa introduz, dessa vez, o que deve seguir daqui para frente em novidades da rede.
Loucuras de “nerd”
Como teve de tudo no evento deste ano, também não poderiam faltar loucuras. Um casal trouxe o filho, de apenas um mês e vinte dias, para participar como campuseiro. O pai, que é um veterano e foi a todas as edições resolveu inovar e mostrar a trajetória “nerd” que o filho deve seguir.
Ainda teve namorado ainda mais louco que resolveu fazer um pedido de casamento no meio da multidão. Em um dos painéis da área de software livre, ele aproveitou a amizade com o palestrante e, no final, pediu a namorada em casamento. Os dois se conheceram há um ano, no mesmo evento, e logo começaram a namorar. Ela, é claro, aceitou o pedido. O casamento, segundo o casal, pode ser na edição do ano que vem.
O que ainda está por vir
Neste sábado, último dia de palestras na Campus Party, ainda haverá palestras e prêmios para os participantes. Muito esperado pelo público, às 19h Steve Wozniak, ou iWoz, como também é conhecido, falará sobre uma das empresas mais bem sucedidas do mundo.
Ao lado de Steve Jobs, ele fundou a Apple. E tudo nasceu em uma garagem. Nela, Wozniak e Jobs produziram aquele que seria o primeiro protótipo do Personal Computer, o Apple I.
A partir das 22h, o momento mais esperado de toda a edição: a entrega dos prêmios. Em todos os setores (área de Robótica, Modding, Desenvolvimento, entre outras) serão entregues prêmios aos participantes que se destacaram.
Saldo positivo
Em meio aos conflitos que ocorreram neste ano, uma coisa a Campus Party com certeza mostrou ao público. O evento está maior e tende a crescer ainda mais. Cada vez mais gente jovem adere ao orgulho “nerd” e comparece.
O publicitário Ernane Hoffman, de 33 anos, acredita que nunca viu pessoas tão diferentes como neste ano: “A diversidade está cada vez maior. Essa é a boa notícia para a gente, que quer ter contato com culturas e hábitos distintos”, afirmou.
Basta, agora, investir não apenas no crescimento do evento em si, mas também em segurança e infraestrutura para que nos próximos anos, a verdadeira notícia esteja na grandiosidade do evento.
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