O escritor brasileiro Paulo Coelho informou nesta segunda-feira em seu blog que seus livros foram banidos no Irã, onde, segundo o autor, já havia vendido 6 milhões de cópias.
A ordem de veto a todos livros de Coelho foi emitida no Irã há alguns dias.
Até o momento, não se tem conhecimento de nenhuma explicação oficial do governo iraniano para o ocorrido.
‘Sem explicação’
“Meus livros têm sido publicados sob diferentes governos no Irã. Essa decisão arbitrária, após 12 anos de publicação no país, só pode ser um mal-entendido”, escreveu Coelho no seu blog.
Ele lembrou que, em 2009, usou as redes sociais para demonstrar apoio a Hejazi, que foi filmado, em Teerã, prestando socorro à iraniana Neda Agha-Soltan em um dos protestos contra os resultados das eleições presidenciais de junho daquele ano.
O pleito resultou na contestada reeleição do presidente Mahmoud Ahmadinejad e desencadeou manifestações pelo país. Em uma delas, Neda, uma das manifestantes, foi alvejada e morta, tornando-se símbolo da resistência.
Depois disso, Hejazi passou a ser procurado pela polícia iraniana e se exilou em Londres.
Na mensagem em que diz a Paulo Coelho que seus livros foram banidos – também transcrita no blog do brasileiro –, Hejazi diz que a medida foi tomada “sem explicação” pelas autoridades iranianas e que nenhuma obra com o seu nome “será autorizada no país”.
Coelho disse que vai disponibilizar seus livros em farsi para download na internet e que “espera o apoio do governo brasileiro, pelo bem dos valores que defendemos”.
Nesta segunda-feira, a ministra da Cultura, Ana de Hollanda, em visita ao Rio, condenou a proibição aos livros de Coelho, dizendo ser "lamentável qualquer tipo de censura".
A assessoria de imprensa do Ministério informou que o caso será remetido ao Itamaraty.
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