quinta-feira, fevereiro 24, 2011

BC registra elevação dos juros para consumidores após medidas restritivas de crédito

Consumidores pagaram juros mais altos em janeiro deste ano, segundo dados do Banco Central (BC), divulgados hoje (24). A taxa média de juros para as famílias subiu 3,2 pontos percentuais de dezembro para janeiro e chegou a 43,8% ao ano. No caso das empresas, o aumento foi 1,4 ponto percentual, para 29,3% ao ano.

A inadimplência das empresas subiu apenas 0,1 ponto percentual, para 3,6%, e, no caso das pessoas físicas, ficou estável em 5,7%. O BC considera inadimplência os atrasos superiores a 90 dias.

O spread, diferença entre o custo de captação e a taxa cobrada dos clientes finais, subiu de 28,4 para 31,4 pontos percentuais para as pessoas físicas. No caso das empresas, aumentou de 17 para 18,1 pontos percentuais.

O volume de crédito do sistema financeiro chegou a R$ 1,714 trilhão, o que corresponde a 46,5% do Produto Interno Bruto (PIB), soma de todos os bens e serviços produzidos no país. Em dezembro de 2010, essa relação ficou em 46,7% e em janeiro do ano passado, em 44,2%.

Segundo o relatório do BC, “a evolução moderada das operações de crédito do sistema financeiro, em janeiro, refletiu o impacto das medidas macroprudenciais implementadas em dezembro de 2010 no crédito a pessoas físicas, registrando-se retração nas concessões, simultaneamente com a expressiva elevação das taxas de juros”.

No caso das empresas, o Banco Central avalia que “as operações com recursos domésticos apresentaram desaceleração, associada ao arrefecimento sazonal do ritmo de negócios”.

No final do ano passado, o BC anunciou medidas para reduzir a liquidez no mercado financeiro e inibir o surgimento de trajetórias de crescimento do crédito não sustentáveis. A instituição aumentou a exigência do requerimento de capital das instituições financeiras de 11% para 16,5%, para a maioria das operações de crédito a pessoas físicas. Isso significa que, para cada R$ 100 emprestados, o banco deverá ter R$ 16,5 e não mais R$ 11 para arcar com riscos.

A medida estabeleceu que, para empréstimo com prazos mais longos, principalmente para a compra de veículos, os bancos terão que reservar mais recursos para cobrir riscos.

Também foi anunciado o aumento de alíquotas de depósitos compulsórios, recursos que os bancos são obrigados a deixar no BC, e assim não podem usar o dinheiro para emprestar aos clientes.

Nenhum comentário:

Postar um comentário