Cautela continua a ser a palavra de ordem na Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo), que não acompanhou a valorização vista nas demais Bolsas na rodada desta quarta-feira.
A Bolsa brasileira não cumpriu os prognósticos de uma recuperação técnica, após três pregões consecutivos de perdas, e emendou mais um dia de baixa, com forte volume. O balanço do JP Morgan chegou a animar os negócios, mas alguns indicadores decepcionantes nos EUA voltaram a nublar o ambiente.
Analistas ainda mencionaram a expectativa dos investidores pela "bateria" de indicadores fundamentais que devem ser revelados pelo governo chinês amanhã. "Acho que muita gente no mercado ficou temerosa a respeito desses indicadores e preferiu não passar a noite na Bolsa", comenta Lucas Gontijo, da mesa de operações da Geraldo Corrêa Corretora.
Esse profissional avalia que a Bovespa, caso não esboce uma reação no curto prazo, pode descer até a casa dos 65 mil pontos, e até mesmo 64 mil, antes de voltar a subir.
Hoje, o Ibovespa, principal índice de ações da Bolsa paulista, recuou 0,61% no fechamento, para os 66.486 pontos. O giro financeiro foi de R$ 8,39 bilhões, parcialmente inflado pelo vencimento de contratos sobre índice. Nos EUA, o índice Dow Jones, da Bolsa de Nova York, teve um alta modesta de 0,06%.
O dólar comercial foi cotado por R$ 1,591, em um declínio de 0,12%. Já o dólar turismo foi vendido por R$ 1,710 e comprado por R$ 1,550 nas casas de câmbio paulistas.
O Banco Central brasileiro anunciou um saldo negativo nas operações comerciais e financeiras com dólar neste início do mês. A saída de moeda superou as entradas por uma diferença de US$ 14 milhões.
No acumulado do ano, entretanto, a entrada líquida de dólares ficou 46% maior do que a registrada em todo o ano de 2010, somando US$ 35,5 bilhões.
O fundamental "Livro Bege", o relatório elaborado pelo Federal Reserve (o banco central dos EUA), apontou que continua o processo de recuperação da economia, mas a autoridade monetária ressaltou que o encarecimento das commodities já começou a pressionar os preços domésticos.
Horas antes, o Departamento de Comércio americano havia reportado um aumento de 0,4% nas vendas no mês de março, após um incremento de 1,1% em fevereiro. Trata-se da menor taxa registrada em nove meses. Economistas do setor financeiro estimavam uma variação de 0,5% para esse mês.
No front corporativo, o banco JP Morgan informou um lucro líquido de US$ 5,56 bilhões para o primeiro trimestre, em um salto de 67% sobre os ganhos apurados no mesmo período em 2010.
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