Não há mais lugar para dúvidas: o Ministério da Educação não sabe o que é uma sala de aula, nem sabe o que é uma escola.
Não conhece os professores. Não sabe a que são obrigados para cumprir o mínimo que se espera deles.
E, sem mais aquela, os convoca para lidar com um tema importante, delicado, que repercute na intimidade e nas convicções das famílias. Tema para o qual o magistério não foi preparado para trabalhar em sala de aula ao longo de sua formação.
O MEC não conhece as famílias, e nem as respeita, nem às suas convicções – certas ou erradas.
Pais, mães, ambientes domésticos não importam para os educocratas. Eles sabem tudo, determinam tudo, aprovam e reprovam a seu talante idéias, medidas e providencias que flutuem a seu redor.
O MEC gosta mesmo é de pegar onda. Singrar os mares em cima de qualquer idéia simpática que lhe cruze o caminho.
Não pensa, não indaga, não examina. Não ouve ninguém e parte para a ação: imprime, edita, distribui, obriga, compele e atrapalha-se a cada momento.
O MEC malbarata a esmo recursos públicos sabidamente escassos. Joga dinheiro público pela janela, em iniciativas que se destroem em pouco tempo.
É uma estrutura pública que vaga sem limites, sem propósito, sem metas, sem controle.
Combater a homofobia é uma boa e bela causa. De modo geral, toda e qualquer “fobia” deve ser mantida sob controle. As fobias são o colapso da razão. Qualquer uma.
Mas elas são parte de nós, vicejam nos mesmos campos em que vivemos todos. Sentimentos arraigados, com raízes profundas naqueles que as compartilham.
Vencê-las não é tarefa de resultados imediatos. Leva tempo, exige esforço continuado.
Como se atreve o MEC a distribuir material de uso em sala de aula, se ele sabe que os profissionais a quem caberá empregá-lo não foram formados para isso?
Considera os riscos, os sofrimentos, as perplexidades de crianças, jovens, pais e mães?
Não, os educocratas não se preocupam com o mundo real. A causa é justa, a idéia é boa, o material está ali mesmo.
Por que não produzi-lo em massa? Por que não distribuí-lo às escolas como se distribui a merenda?
E periodicamente as trapalhadas do MEC param o país. É o ENEM que se embaralha todo, é o emprego da norma culta da língua que é colocado em dúvida, é a intromissão brusca no seio das famílias violando sua intimidade.
Esses despautérios todos, sobretudo este último, terminam por acirrar o que pretendia estar combatendo.
Só o MEC consegue isso: dizendo que vai combater a homofobia acaba por excitá-la.
Ah, esse MEC...
Edgar Flexa Ribeiro é educador, radialista e presidente da Associação Brasileira de Educação
Não conhece os professores. Não sabe a que são obrigados para cumprir o mínimo que se espera deles.
E, sem mais aquela, os convoca para lidar com um tema importante, delicado, que repercute na intimidade e nas convicções das famílias. Tema para o qual o magistério não foi preparado para trabalhar em sala de aula ao longo de sua formação.
O MEC não conhece as famílias, e nem as respeita, nem às suas convicções – certas ou erradas.
Pais, mães, ambientes domésticos não importam para os educocratas. Eles sabem tudo, determinam tudo, aprovam e reprovam a seu talante idéias, medidas e providencias que flutuem a seu redor.
O MEC gosta mesmo é de pegar onda. Singrar os mares em cima de qualquer idéia simpática que lhe cruze o caminho.
Não pensa, não indaga, não examina. Não ouve ninguém e parte para a ação: imprime, edita, distribui, obriga, compele e atrapalha-se a cada momento.
O MEC malbarata a esmo recursos públicos sabidamente escassos. Joga dinheiro público pela janela, em iniciativas que se destroem em pouco tempo.
É uma estrutura pública que vaga sem limites, sem propósito, sem metas, sem controle.
Combater a homofobia é uma boa e bela causa. De modo geral, toda e qualquer “fobia” deve ser mantida sob controle. As fobias são o colapso da razão. Qualquer uma.
Mas elas são parte de nós, vicejam nos mesmos campos em que vivemos todos. Sentimentos arraigados, com raízes profundas naqueles que as compartilham.
Vencê-las não é tarefa de resultados imediatos. Leva tempo, exige esforço continuado.
Como se atreve o MEC a distribuir material de uso em sala de aula, se ele sabe que os profissionais a quem caberá empregá-lo não foram formados para isso?
Considera os riscos, os sofrimentos, as perplexidades de crianças, jovens, pais e mães?
Não, os educocratas não se preocupam com o mundo real. A causa é justa, a idéia é boa, o material está ali mesmo.
Por que não produzi-lo em massa? Por que não distribuí-lo às escolas como se distribui a merenda?
E periodicamente as trapalhadas do MEC param o país. É o ENEM que se embaralha todo, é o emprego da norma culta da língua que é colocado em dúvida, é a intromissão brusca no seio das famílias violando sua intimidade.
Esses despautérios todos, sobretudo este último, terminam por acirrar o que pretendia estar combatendo.
Só o MEC consegue isso: dizendo que vai combater a homofobia acaba por excitá-la.
Ah, esse MEC...
Edgar Flexa Ribeiro é educador, radialista e presidente da Associação Brasileira de Educação
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