domingo, junho 26, 2011

Grupo de hackers LulzSec anuncia fim de ataques

Apesar da despedida, braço brasileiro do grupo continua divulgando novos alvos no Twitter

O grupo de hackers Lulz Security (LulzSec), que ganhou fama com ataques contra sites de governos e empresas multinacionais, anunciou, neste sábado (25), o fim de suas atividades com um último vazamento de dados, que incluiu documentos da AOL e da AT&T.

O LulzSec se declara responsável por ataques contra sites de diversas instituições, como a CIA (agência de inteligência americana), o Senado dos Estados Unidos, a rede de televisão Fox e as empresas de jogos eletrônicos Sony e Nintendo.

O grupo diz que encerra suas atividades 50 dias após o início da "viagem": "nós devemos agora navegar para longe, deixando para trás - esperamos - inspiração, medo, negação, felicidade, aprovação, desaprovação, humor, vergonha, consideração, ciúmes, ódio e até amor".

Conhecidos pela irreverência e metáforas navais, o LulzSec escolheu o Twitter, onde tem mais de 277 mil seguidores, para fazer seu anúncio. Os "seis tripulantes" expressaram a vontade de que outros internautas assumam a causa e que "o movimento se manifeste em uma revolução capaz de continuar sem nós". "Por favor, não parem. Unidos, podemos pisar em nossos opressores e conquistar o poder e a liberdade que merecemos", diz a mensagem de despedida.

Apesar do anúncio de despedida, o braço brasileiro do grupo, o chamado LulzSecBrazil, continua divulgando pelo Twitter novos ataques contra sites governamentais. Entre as "vítimas" reivindicadas pelo grupo, estariam as páginas da Presidência da República e da Petrobras.

No último sábado (25), o quarto dia de ataques, eles derrubaram a página da UnB (Universidade de Brasília). O site da presidência foi o primeiro a sair do ar e o do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) ficou dois dias em manutenção.

A Brigada Militar do Rio Grande do Sul também entrou na lista dos piratas. A corporação confirmou que seu site foi hackeado hoje.

Os piratas virtuais invadiram o portal por meio da página de notícias e copiaram algumas informações, segundo o major Ademir Brito da Silva, da Divisão de Gerenciamento de Redes do Departamento de Informática da BM. No entanto, ainda de acordo com o oficial, nenhuma informação sigilosa foi obtida.

Investigação

Pelo Congresso, o deputado Sandro Alex (PPS-PR), integrante da Comissão de Ciência e Tecnologia da Câmara, afirmou que protocolará na próxima segunda (27) um convite na comissão para ouvir especialistas e autoridades dos órgãos de governo que foram atacados por hackers entre quarta e sexta-feira.

O objetivo, de acordo com Alex, é saber, em detalhes, o que ocorreu e qual o grau de vulnerabilidade das informações confidenciais, e que se divulgadas poderiam comprometer a segurança nacional.

- Hoje eles derrubaram os sites destas instituições. Até onde [hackers] podem ir, além daqui? O nosso sistema está protegido? Então, são estas as respostas que precisamos levar para o Congresso Nacional e discutir formas de melhorar nossas redes de informação.

Ataques
A Polícia Federal está investigando os ataques de hackers feitos aos sites do governo, que começaram na última quarta-feira (22) e chegaram ontem ao terceiro dia seguido, em uma das maiores ações do tipo no país. Neste sábado (25), nenhuma ação foi detectada até o momento.

A Presidência da República também está investigando o assunto, em uma força-tarefa que envolve vários órgãos, incluindo o GSI (Gabinete de Segurança Institucional), o Serpro (Serviço Federal de Processamento de Dados, o órgão responsável pelos principais sistemas informáticos do governo federal) e as instituições e ministérios atacados.

Na quarta-feira, os sites da Presidência da República e da Secretaria de Imprensa do Planalto e da Receita Federal ficaram fora do ar, mas não tiveram dados roubados. Na quinta, foram as páginas do Ministério do Esporte e de 500 prefeituras que foram tiradas do ar pelos ‘piratas’.

Na sexta, terceiro dia de ataques, os hackers derrubaram as páginas do Ministério da Cultura e do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Os sites da Receita Federal e da Petrobras também foram alvo de ataques.

Agência Efe

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