Sindicatos, industriais, financistas e empresários recusaram hoje com qualificativos de incompreensível e incompatível e a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) de aumentar novamente a taxa básica de interesses (Selic).
O presidente da Central de Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), Wagner Gomes, assinalou a Imprensa Latina via Internet que ao elevar de 12 a 12,25 por cento a Selic, o Banco Central atua uma vez mais de maneira incompreensível e contrária às demandas da economia nacional.
Depois de indicar que Brasil permanece com o vergonhoso título de país com a maior Selic real do mundo, o líder sindical sustentou que interesses altos significam menos empregos, menos investimentos e risco de estancamento da economia.
"Para a CTB, a medida (do Copom do Banco Central) constitui um retrocesso que coloca em risco o crescimento vislumbrado para 2011 e nos próximos anos", sublinhou Gomes, quem adiantou que sua entidade, junto às demais centrais sindicais, se mobilizará para lutar em favor da diminuição da taxa básica de juros.
Por sua vez, a Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan) considerou que o novo aumento da Selic é incompatível com o palco atual e perspectivo da economia brasileira, pois diversos indicadores recentes evidenciam a redução das pressões inflacionárias.
A Firjan alerta sobre os impactos depressivos na produção e o emprego do uso da política monetária e faz questão da contribuição que a política fiscal pode dar ao país nesse sentido.
Para o presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro, Carlos Cordeiro, a medida do Copom só favorece ao setor financeiro em detrimento da população mais pobre, já que "todos conhecem o final, essa transferência de renda concentra riqueza e empobrece à nação".
Ainda que concorda com a necessidade de combater a inflação, Cordeiro criticou a forma em que se está enfrentando com a Selic, porque esse suposto remédio está causando problemas tão ou mais graves.
Os especialistas membros do Copom, por sua vez, estimaram de maneira unânime a necessidade de elevar a taxa básica de juros para evitar um incremento maior dos preços, e devido ao ritmo ainda incerto de moderação da atividade econômica doméstica e o complexo ambiente internacional.
Por isso, o Copom entendeu que "a implementação de ajustes das condições monetárias por um período suficientemente prolongado continua sendo a estratégia mais adequada para garantir a convergência da inflação para a meta em 2012".(Prensa Latina)
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