domingo, março 24, 2013

Prévia da inflação registra alta de 2,06% no 1º trimestre

Prévia da inflação registra alta de 2,06% no 1º trimestre


IPCA-15 desacelerou em março ante fevereiro, mas indicador acumula alta de 6,43% em 12 meses.


O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA-15), indicador considerado uma prévia da inflação oficial do país e divulgado na sexta-feira (22) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), aponta desaceleração na alta dos preços entre fevereiro e março. O índice, porém, também demonstra que a inflação aproxima-se perigosamente do teto da meta estipulada pelo governo. O IPCA-15 registrou alta de 0,49% em março, ante 0,68% registrados em fevereiro. Contudo, ficou bem acima do índice de 0,25% registrado em março de 2012.

No acumulado de janeiro a março, o indicador aponta inflação de 2,06% - bem acima dos 1,44% registrados no primeiro trimestre do ano passado. Assim, o IPCA-15 avança 6,43% em 12 meses, e encosta no teto da meta do Banco Central (BC), de 6,5%. O centro da meta estabelecida para inflação no país é de 4,5%. Em fevereiro, o IPCA do mês cheio já havia chegado próximo ao teto, ao acumular 6,31% em 12 meses.

O sinal vermelho está aceso não apenas no BC, mas também no Ministério da Fazenda, que já tomou medidas como a desoneração da cesta básica. Economistas já haviam alertado que a queda de preços nos produtos básicos ainda não chegou ao bolso do consumidor. Aumenta a expectativa, portanto, de que o BC possa elevar a taxa básica de juros (Selic) para combater a alta exponencial de preços. A Selic hoje se encontra em seu menor patamar, em 7,25%.

Em sua ata da última reunião, o Comitê de Política Monetária (Copom), piorou suas projeções para os preços ao consumidor tanto para este ano quanto para 2014. "Para 2014, a projeção de inflação aumentou em relação ao valor considerado na reunião do Copom de janeiro e se encontra acima da central da meta, em ambos os cenários", diz o Copom em relatório. Os analistas voltam agora suas atenções para a próxima reunião do Copom, em abril.

Esta semana, os economistas ouvidos pelo BC para o relatório Focus também apostam que a inflação deve reagir a novas medidas monetárias e abaixaram suas previsões para o acumulado do ano. Depois de ter elevado suas projeções para o IPCA para 5,82% em 2013, agora eles diminuíram para 5,73%. Para 2014, a expectativa subiu de 5,5% para 5,54%.

Contudo, analistas avaliam que um aumento dos juros pode implicar em queda do consumo e, consequentemente, em diminuição da atividade econômica. O IBC-Br, índice considerado prévio do Produto Interno Bruto (PIB) do país, subiu 0,70% nos 12 meses terminados em janeiro, de acordo com dados dessazonalizados. No indicador de janeiro a dezembro do ano passado, a alta havia sido de 1,35%, já considerada baixa por analistas e confirmando a fraca atividade da economia. O dado do IBGE mostrou que o PIB brasileiro só subiu 0,9% em 2012 - o pior desempenho em três anos.

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