Formulário do Enem coloca empregada doméstica entre bens da casa
Uma pergunta feita no questionário de inscrição do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) causou mal-estar entre empregados domésticos e o Ministério da Educação. No formulário, cujo o propósito é conhecer a condição socioeconômica dos estudantes, o candidato precisava responder se tinha em casa – entre bens como TV a cores, aspirador de pó, microcomputador e geladeira – trabalhadores domésticos. O MEC promete rever a questão.
“Você tem em sua residência?”, era a pergunta feita aos alunos, que podiam marcar as opções 1, 2, “3 ou mais” e ainda “não tenho” para cada item e bens enumerados. “Empregada mensalista” aparecia ao final.
O desconforto repercutiu em algumas páginas das redes sociais e ocorre menos de dois meses após a sanção da chamada “PEC das Domésticas”, que concedeu a estes trabalhadores os mesmos direitos das demais categorias.
O MEC reconheceu em nota que a pergunta era “inadequada”.
“O ministro Aloizio Mercadante considera que a forma da pergunta que se refere a trabalhadores domésticos é inadequada, e vai encaminhar a necessidade de sua adequação, preservando os critérios técnicos, mas garantindo integralmente o respeito àqueles trabalhadores”, diz a nota.
A pergunta se há ou não empregadas em uma residência não é nenhuma inovação do MEC. Faz parte do Critério de Classificação Econômica Brasil (CCEB), estabelecido pela Associação Brasileira de Empresas de Pesquisa.
Com esses dados padronizados, o ministério acompanha o desempenho dos alunos e formula políticas públicas, como as cotas.
O mais provável, portanto, é que o item “empregada mensalista” continue a ser perguntado nas próximas edições do Enem, mas de forma separada dos bens domésticos, que é, afinal, a causa do recente embate.
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