Governo manobra e protela audiência do presidente da Caixa na Câmara
Previsão inicial era que Jorge Hereda fosse ouvido na Câmara nesta quarta-feira para explicar as falhas do Bolsa Família, mas a reunião acabou reagendada para julho.
O governo federal tenta evitar uma crise envolvendo a antecipação de repasses do Bolsa Família, que gerou tumulto em ao menos doze estados no mês de maio. E parte importante do esforço para a redução de danos passa pelo Congresso Nacional.
A Caixa Econômica Federal mentiu sobre o episódio. O banco negou, por seguidas vezes, ter antecipado a liberação do Bolsa Familia. A direção da Caixa só admitiu o erro quando o jornal Folha de S. Paulo revelou a farsa, em 25 de maio.
No Congresso, a oposição pediu a convocação da ministra do Desenvolvimento Social, Tereza Campello, do presidente da Caixa Econômica Federal, Jorge Hereda, e da ministra de Direitos Humanos, Maria do Rosário - que acusou a oposição de espalhar os falsos rumores.
Como tem sido comum no governo Dilma, os aliados negociaram e obtiveram um acordo: Hereda iria à Câmara se a oposição desistisse de ouvir as ministras - e se o presidente da Caixa fosse convidado, não convocado. O acerto foi fechado e a Comissão de Fiscalização Financeira aprovou um requerimento de audiência pública com Hereda. Ele será ouvido em audiência pública conjunta com a Comissão de Seguridade Social - mas, sabe-se agora, somente depois que o tema já tiver saído do noticiário.
Quando a Câmara aprovou o requerimento, na semana passada, a expectativa era de que Hereda comparecesse à casa já no dia 12 de junho. Agora, a data já foi remarcada para a semana de 3 de julho. O tempo, calculam os governistas, é suficiente para esfriar o assunto.
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