quarta-feira, julho 03, 2013

Os Bourbons caipiras

Os Bourbons caipiras – Presidente da Câmara diz que vai pagar por voo da alegria da FAB que levou sua namorada e a parentada para assistir à final da Copa das Confederações

O deputado Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN) gosta de pegar carona no calor das ruas, no alarido. Se houver gente gritando em favor disso ou daquilo, ele quer estar junto. Lembro, por exemplo, que tentou, contra a lei e o Regimento Interno da Câmara, depor o deputado Marco Feliciano da presidência da Comissão de Direitos Humanos e Minorias. Sim, leitor, você pode não gostar de Feliciano, um monte de gente pode pensar o mesmo. Mas ele só pode ser retirado de lá na forma da lei. Alves estava tomado de espírito cívico…  Queria ceder à gritaria para ficar bem na fita; para ganhar a simpatia da imprensa militante. Vejam bem como andam as coisas e o que as pessoas pedem por aí… Aquele palácio onde Alves despacha já foi quase tomado de assalto, não? Sapatearam no teto.
Com o país pegando fogo, às vezes literalmente, o presidente da Câmara — segundo na linha sucessória, Dilma à parte — não viu mal nenhum em pedir que um avião da FAB fosse buscar no Rio Grande do Norte a sua namorada mais alguns parentes dela e dele para… assistir à final da Copa das Confederações no Rio. Ele tem uma explicação: é que tinha um almoço com o prefeito Eduardo Paes para… discutir a crise do país. E aí o clã só pegou uma carona…
Entendo! Alves é uma alma sensível, dá-se a rasgos poéticos. Para ele, como para Fernando Pessoa, o rio mais bonito é mesmo o da sua aldeia. Tanto é assim que, se necessário, ele usa um avião oficial para transportar o seu riacho sentimental para o Rio turístico. Em tempos de redes sociais, os nababos de Alves ainda publicam fotos no Facebook, cheios de alegria. Ele diz agora que vai pagar tudo. Esta é outra prática que está se generalizando entre os bacanas: se não forem pegos, tudo bem; se flagrados, eles pagam. É uma gente que é tomada de um espírito de Suprema honestidade quando pega com a boca na botija.(Reinaldo Azevedo)

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