quinta-feira, agosto 29, 2013

Desaceleração do emprego pode virar dor de cabeça política

Desaceleração do emprego pode virar dor de cabeça política


No ano passado, mesmo com a desaceleração do PIB, a taxa de desemprego no Brasil atingiu a média de 5,5% - menos da metade dos cerca de 12% registrados há uma década. Foi a taxa anual mais baixa da série histórica do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que teve início em 2002.
A renda média do trabalhador brasileiro também aumentou acima da inflação nos últimos dez anos - o que ajudou a reduzir os níveis de desigualdade de renda e a expandir a chamada classe C.
Recentemente, porém, alguns analistas veem indícios do que pode ser um desaquecimento no mercado de trabalho - ou seja, um crescimento menor ou retração do emprego e da renda do trabalhador. 

Protestos

"A economia determina o bem-estar da população, que é um dos principais fatores de aprovação do governo", diz Marco Antonio Teixeira, cientista político da Fundação Getulio Vargas.
"Se a economia vai bem e o emprego e a renda crescem, como ocorreu nos últimos anos, a repercussão de crises políticas e escândalos como o do mensalão tendem a ser menores. Mas se há estagnação ou deterioração do mercado de trabalho e o poder de compra do trabalhador começa a ser corroído, tais crises tendem a se complicar. O risco para o governo é maior."
Pedro Arruda, cientista político da PUC lembra que, apesar das oscilações, o Brasil "ainda se encontra próximo do que economistas definem como pleno emprego".
"Mas se a desaceleração do mercado de trabalho se confirmar e a tivermos mesmo um aumento do patamar do desemprego, certamente teremos impactos importantes no processo político", diz Lahuerta.
"Até porque uma coisa é ter um nível de desemprego em ascenção em uma sociedade que está estabilizada. Outra é uma deterioração do mercado de trabalho em um momento em que a população está mobilizada e muitos estão saíndo às ruas para protestar."
Para o professor da Unesp, além de uma desaceleração nessa área ser fonte de preocupação para o governo nas eleições do ano que vem, também poderia gerar mais instabilidade, protestos e paralisações.
"Uma das possibildiades é que as centrais sindicais - que ficaram relativamente afastadas do processo de mobilização dos últimos meses - adquiram um papel mais central se o emprego e a renda se tornarem tema de reivindicações nas ruas", diz.

Com informações da BBC

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