Juiz bloqueia R$ 120 mi de fundo usado por bancos
A Justiça do Trabalho bloqueou R$ 120 milhões do Fundo Garantidor de Crédito que seriam destinados a pagar os correntistas do Banco Rural.
Os recursos devem ser usados para pagar dívidas trabalhistas da Vasp, segundo decisão do juiz Fabio Branda, da Vara da Vasp, que só cuida dos interesses dos trabalhadores da antiga companhia de aviação.
O FGC é uma espécie de seguradora criada pelos bancos para socorrer instituições em dificuldade e ressarcir clientes de bancos quebrados até o limite de R$ 250 mil.
O fundo foi atingido porque o Rural quebrou em agosto e já havia sido condenado pela Justiça por ter ajudado o empresário Wagner Canhedo, ex-dono da Vasp, a esconder patrimônio que deveria ter sido usado para pagar dívidas trabalhistas, quando já havia uma ação contra ele.
Em 2004, Canhedo pegou empréstimo no Rural, simulou pagar com 71.600 cabeças de gado, mas não entregou nada, segundo ação já julgada no STJ. O valor da operação hoje é de R$ 120 milhões.
O advogado Carlos Duque Estrada, que defende os trabalhadores da Vasp, diz que tentava há dois anos penhorar recursos do Rural para pagar a dívida trabalhista, mas as contas do próprio banco estavam sempre zeradas.
Segundo ele, o "fundo pode ter ajudado o Rural a esconder recursos". A Vasp, teve falência decretada em 2008 e deve cerca de R$ 1 bilhão a 4.200 funcionários.
Nenhum executivo do fundo foi localizado para comentar a suspeita de que a instituição teria ajudado o Rural.
Em nota, o fundo disse que os recursos usados pela instituição são próprios, ou seja, dos bancos. O FGC afirma ainda que vai recorrer da decisão da Justiça trabalhista.
Com informações da Folha
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