Financiamento empresarial a partidos, que pode ser proibido pelo STF neste ano, forneceu 1 bilhão de reais ao PT, PMDB e PSDB entre 2009 e 2012.
A eventual proibição do financiamento empresarial ao mundo político, cuja votação deve ser concluída ainda neste ano pelo Supremo Tribunal Federal (STF), afetará não apenas as campanhas eleitorais, mas a própria manutenção das máquinas partidárias. PT, PMDB e PSDB, as três maiores legendas do país, receberam pelo menos 1 bilhão de reais de empresas entre os anos de 2009 e 2012, o que equivale a quase dois terços de suas receitas, em média.
Quatro dos onze ministros do STF já votaram pela proibição de doações de empresas a candidatos e partidos, no ano passado — o julgamento foi suspenso por um pedido de vista. Com mais dois votos na mesma linha, o Judiciário, na prática, forçará a realização de uma reforma política que provavelmente multiplicará a destinação de recursos públicos às legendas, para compensar a perda de seus principais financiadores.
O principal afetado pela eventual proibição será seu maior defensor: o PT é quem mais recebe recursos privados e deveu a essa fonte 71% de suas receitas nos quatro anos analisados pelo Estadão Dados. As doações de pessoas físicas equivalem a apenas 1% do total. O restante vem do Fundo Partidário, formado por recursos públicos, e de contribuições de filiados — principalmente de detentores de mandatos e cargos de confiança.
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