Para evitar um tarifaço de pelo menos 18% na conta de luz até 2015, com impacto direto na inflação e nos seus índices de popularidade, a presidente Dilma Rousseff avalia mexer, novamente, nas regras do setor elétrico. Apesar dos estragos na confiança de investidores e nas finanças das concessionárias, provocados desde as mudanças de 2012 no marco regulatório, o crescente rombo no caixa das distribuidoras deverá ser driblado com mais manobras. Isso porque o acionamento generalizado de termelétricas e, por tabela, a disparada dos preços da energia no atacado viraram uma ameaça simultânea às empresas, aos índices gerais de preços e às contas públicas.
Entre as intervenções em estudo para conter o desequilíbrio de caixa do setor estão um relaxamento de exigências em contratos de concessão e uma alteração na fórmula para definir o preço da energia negociada no mercado livre. Na avaliação dos especialistas, os dilemas da presidente para manter o desconto na conta de luz, de 20% em média, anunciado há um ano e meio, ficaram evidentes diante do baixíssimo nível dos reservatórios das hidrelétricas. Mas a simples menção de uma nova virada nas regras do jogo agrava a abalada reputação do país diante das agências de classificação de crédito.
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