Tradicional pedra no sapato da presidente Dilma Rousseff, o deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), líder do PMDB na Câmara, não perdeu a oportunidade, nesta sexta-feira, de constranger a petista. Em evento de campanha da presidente na Assembleia de Deus do Brás, em São Paulo, Cunha, representante da bancada evangélica no Congresso, trouxe à tona temas desconfortáveis para Dilma. Disse que o Ministério da Saúde publicou uma portaria para "legalizar indiretamente" o aborto no Sistema Único de Saúde (SUS), e só desistiu da ideia por pressão da bancada religiosa. "Falo como um servo de Deus, e não como líder do PMDB. No momento seguinte à edição dessa portaria, procurei o ministro Arthur Chioro, da Saúde, relatei o problema, expus as nossas posições. O ministro, em menos de 24 horas, provavelmente consultando a senhora [Dilma], revogou a portaria. Quero agradecer pela sensibilidade de ter entendido que erros podem ser cometidos e por tê-los consertado no momento em que foram alertados", disse Cunha do altar, ao lado de Dilma.
A presidente não respondeu ao peemedebista, amigo pessoal do pastor Everaldo Pereira (PSC), da Assembleia de Deus, candidato à Presidência da República. Em outra provocação, Cunha disse que as igrejas e o povo evangélico "não dependem de dinheiro do governo" para fazer obra social, defendem a valorização da vida e são contrários à legalização de drogas. "Os pastores querem ter a liberdade de pregar no seu culto que o homossexualismo é pecado. Isso é um direito democrático." Cunha foi um dos principais articuladores do chamado ‘blocão’ de deputados que emparedou o governo Dilma no começo deste ano. (Felipe Frazão, de São Paulo)
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