Cento e oitenta policiais federais cumprem dois mandados de prisão preventiva, cinco de condução coercitiva e 23 de busca e apreensão, nesta terça-feira (28), na Operação Radioatividade, a 16ª fase da Operação Lava Jato. O foco da ação de hoje é a estatal Eletronuclear e irregularidades nas obras da usina hidrelétrica de Angra 3.
Um dos presos é Othon Luiz Pereira da Silva, presidente licenciado da Eletronuclear. Ele foi preso no Rio de Janeiro. O outro preso é Flávio David Barra, executivo da empreiteira Andrade Gutierrez. A operação Radioatividade foi deflagrada na madrugada desta terça-feira (28) em Brasília, Rio de Janeiro, Niterói, São Paulo e Barueri. Serão cumpridos dois mandados de prisão temporária.
A operação de hoje pode ser consequência dos depoimentos sob delação premiada de Ricardo Pessoa, dono da empreiteira UTC e coordenador do cartel de empreiteiras que se organizaram para fraudar licitações, dividir contratos e subornar autoridades, e também de Dalton Avancini, presidente da empreiteira Camargo Corrêa.
Em depoimento de delação premiada, Avancini revelou que a empresa informada em agosto de 2014 de que havia "compromissos" de pagamento de propina equivalente a 1% dos contratos das obras da usina ao PMDB e aos diretores da Eletronuclear. Somados, os contratos de Angra 3 chegam a R$ 3 bilhões.
A PF informou que o foco das investigações são contratos firmados por empresas já mencionadas na Operação Lava Jato. Dentre outros fatos investigados, são objeto de apuração, nesta fase, a formação de cartel e o prévio ajustamento de licitações, e o pagamento indevido de vantagens financeiras a empregados da estatal. Os presos serão levados para a carceragem da PF em Curitiba.
Diário do Poder
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