Além de ser investigada na Operação Lava Jato, a gráfica Braspor está entre os alvos da investigação do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sobre as contas da campanha à reeleição da presidente Dilma Rousseff. Segundo a edição desta sexta-feira do jornal Folha de S. Paulo, o órgão encontrou uma nota fiscal de 350.000 reais, emitida pela empresa como comprovante de prestação de serviços à campanha, que não foi declarada pelo comitê da petista à Justiça Eleitoral.
Por isso, o ministro Gilmar Mendes, que promove a apuração, enviou à Secretaria de Fazenda do Estado de São Paulo uma lista para a checagem de vinte empresas que prestaram serviços à campanha da então candidata à reeleição, entre elas a Braspor, sediada em Osasco, região metropolitana do Estado. Os pedidos de investigação também foram enviados ao órgão de Santa Catarina.
Os fiscais da Fazenda paulista, de acordo com o jornal, informaram a Mendes que a gráfica confirma ter sido contratada pelo PT, mas diz que até hoje não recebeu o pagamento pelo serviço. No período das eleições, a empresa produziu 35.000 peças de papelão que seriam afixadas em cavaletes e que tinham imagens de Dilma e do então candidato do PT a governador de São Paulo, Alexandre Padilha.
Em nota enviada à Folha, o partido afirmou que a Braspor nunca foi contratada pela campanha de Dilma Roussef do ano passado e que, por isso, não aparece na prestação de contas. A Braspor, por outro lado, diz que prestou o serviço, entregou o material, mas ainda não recebeu o pagamento. "Não faço ideia de por que a campanha não declarou. Lançamos a nota porque era nossa obrigação de fornecedor", disse Paulo André dos Santos Gomes, um dos sócios da gráfica.
Lava Jato - A Braspor é investigada na Operação Lava Jato por suspeita de ter repassado propina ao ex-deputado André Vargas, que deixou o PT no ano passado, por meio de uma empresa fantasma. Vargas está preso atualmente em Curitiba por suspeita de envolvimento no petrolão.
Entre 2013 e 2014, a gráfica fez ao menos três depósitos na conta bancária da LSI, empresa mantida pelo ex-deputado, que somaram 79.000 reais. O valor era repassado por indicação da agência publicitária Borghi/Lowe. Ela subcontratava firmas para executar serviços e, em troca, pedia que parte dos ganhos fossem repassados a ela.
Questionado sobre o repasse de valores, Gomes disse ao jornal que não se lembrava dos pagamentos à empresa de André Vargas.
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