Mesmo dentro da margem de erro, a redução da vantagem de Dilma Rousseff (PT) sobre os adversários deu esperança ao comando das campanhas de José Serra (PSDB) e Marina Silva (PV). Os petistas minimizam o risco de segundo turno.
Na tentativa de garantir um segundo turno, os tucanos investirão em São Paulo e concentrarão esforços em busca do apoio explícito do ex-governador de Minas Gerais Aécio Neves, com quem Serra estará amanhã. No Estado, Dilma lidera a disputa com 50% contra 27% de Serra.
Segundo o presidente nacional do PSDB, Sérgio Guerra (PE), a campanha manterá linha crítica ao PT.
"Ela [Dilma] está muito contundida e começa a sentir os ataques que dizem respeito à conduta dela e do governo", afirmou Guerra, segundo quem as pesquisas internas indicam tendência de segundo turno.
Além de apostar em Estados onde tem potencial de crescimento, o comando da campanha de Serra poupará Marina de ataques para que a senadora registre crescimento suficiente para forçar o segundo turno. No Rio, por exemplo, Serra não rivalizará com a verde.
Já Marina não preservará Serra, a quem sonha ultrapassar para chegar ao segundo turno. Sua estratégia é persistir nas críticas ao tucano na reta final.
"Existe uma onda verde que vai nos levar para o segundo turno", disse ela.
Depois de dois dias em São Paulo, Marina dá início hoje a intensa agenda de viagens até o dia da eleição. Ela vai visitar grandes cidades nas cinco regiões do país, a começar por Cuiabá e Brasília (hoje) e Curitiba e Florianópolis (amanhã).
A coordenação da campanha da petista Dilma Rousseff afirma que a oscilação dentro da margem de erro não representa uma "sangria" de votos. Segundo os dilmistas, o contingente acumulado de votos da petista é suficiente para enfrentar "um inverno maior do que uma semana".
A campanha atribui a oscilação a uma perda de votos restrita em São Paulo, onde a campanha tucana tem se concentrado. Mesmo assim, segundo petistas, os números das pesquisas internas mostrariam que, nos últimos dois dias, Dilma recuperou o patamar anterior.
"A oscilação dentro da margem de erro, mesmo depois de um intenso bombardeio, mostra uma consolidação do voto em Dilma Rousseff", afirma o presidente do PT, José Eduardo Dutra.
A redução da vantagem de Dilma está aquém das expectativas dos tucanos, que apostavam num crescimento de Serra de pelo menos três pontos percentuais.
A interlocutores Serra voltou a dizer ontem que confia na hipótese de segundo turno. Em conversa com o candidato a governador Geraldo Alckmin (PSDB) e o vice Guilherme Afif (DEM), Serra disse acreditar na convergência dos votos deles no Estado.
A eleitores que diziam torcer por uma virada repetia: "Consiga votos para mim".
No Metrô, convocou secretários estaduais para solução de reclamações na área da saúde.
Numa palestra a agentes de saúde, pediu que votassem no 45 se não tivessem candidato. Ao falar do DEM, se esqueceu do número do partido aliado. (Folha.com)
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