O diretor-executivo do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), Achim Steiner, afirmou que os seres humanos estão destruindo "as bases que sustentam a vida na Terra".
Achim afirmou ainda que lideranças políticas ao redor do mundo parecem não compreender a importância de lidar com questões relacionadas à biodiversidade do planeta.
"Este é o único planeta no universo em que se sabe que existe este tipo de vida", afirmou ele.
"Apenas isso nos daria o que pensar. Mas além disso, estamos destruindo as fundações que sustentam a vida neste planeta. E ainda assim, quando nos encontramos nestes fóruns intergovernamentais, a sociedade tem dificuldades de entender o que estamos fazendo aqui, e por que isso importa".
Durante as próximas duas semanas, representantes de 193 países vão avaliar as metas de preservação ambiental assumidas para este ano e definir quais serão os próximos objetivos até 2020.
A ONU estima que a perda da biodiversidade custe ao mundo entre US$ 2 trilhões (R$ 3,2 trilhões) e US$ 5 trilhões (R$ 8 trilhões) por ano, principalmente nas partes mais pobres.
“(O monge budista) Teitaro Suzuki disse que ‘o problema da natureza é um problema da vida humana’. Hoje, infelizmente, a vida humana é um problema para a natureza”, disse o ministro do Meio Ambiente do Japão, Ryo Matsumoto.
“Temos de ter coragem de olhar nos olhos das nossas crianças e admitir que nós falhamos, individualmente e coletivamente, no cumprimento das metas prometidas no encontro de Johanesburgo (em 2002)”, completou o ministro.
Matsumoto lembrou ainda que a perda da biodiversidade pode chegar a um ponto irreversível se não for freada a tempo.
Sinais de esperança
Jane Smart, chefe do programa de espécies da União Internacional para Conservação da Natureza (IUCN, na sigla em inglês), disse que, apesar do problema ser grande e complexo, existem alguns sinais de esperança.
“A boa notícia é que quando nós promovemos a conservação, ela realmente funciona; gradativamente estamos descobrindo o que fazer, e quando nós fazemos, as coisas dão muito certo”, disse a pesquisadora.
“Precisamos fazer muito mais para conservar, como proteger áreas, particularmente o mar. Temos de salvar vastas áreas do oceano e cardumes de peixes. Isso não significa que devemos parar de comer peixes, mas comer de uma forma sustentável”, afirmou Jane.
O Brasil também participa do encontro e vai pressionar países ricos para obter recursos em torno de US$ 1 bilhão (R$ 1,6 bilhão) por ano para preservação ambiental, além de exigir metas globais mais específicas contra a perda da biodiversidade.
Outro ponto defendido pela comissão brasileira é a cobrança de royalties pelo uso de recursos vegetais e animais. A ideia é que empresas que utilizam matérias-primas provenientes de nações em desenvolvimento repassem uma parte do dinheiro às comunidades locais.(BBC)
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