segunda-feira, novembro 08, 2010

Classificação de desenvolvimento dos países reflete falta de critério unificado


Apesar de os termos países “desenvolvidos”, “em desenvolvimento”, “emergentes” ou até mesmo “de primeiro mundo” ou “de terceiro mundo” serem recorrentes e amplamente utilizados, não existe uma definição ou critérios únicos para identificá-los.

O FMI, em seus relatórios, considera economias avançadas 33 países ou territórios: Alemanha, Austrália, Áustria, Bélgica, Canadá, Chipre, Cingapura, Coreia do Sul, Dinamarca, Eslováquia, Eslovênia, Espanha, Estados Unidos, Finlândia, França, Grã-Bretanha, Grécia, Holanda, Hong Kong, Islândia, Irlanda, Israel, Itália, Japão, Luxemburgo, Malta, Nova Zelândia, Noruega, Portugal, República Tcheca, Suécia, Suíça e Taiwan.

O Brasil, com todos os demais países, aparece no grupo de economias emergentes e em desenvolvimento.
Outros agrupamentos são ainda mais restritos, como o G7, grupo político que reúne as sete economias supostamente mais industrializadas do planeta – Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Grã-Bretanha, Itália e Japão.

O Brasil faz parte do G20, grupo que une as 20 maiores economias do mundo, colocando lado a lado os países considerados desenvolvidos e os países considerados emergentes.

Critérios econômicos

Um dos critérios comumente usados para classificar os países é o econômico, baseado na ideia de que a riqueza está ligada ao desenvolvimento. Assim, poderia-se considerar um país desenvolvido quando sua renda per capita atinge um determinado patamar.

Mas isso significaria incluir no mesmo grupo de países desenvolvidos nações com alta renda per capita, mas com baixo nível de industrialização ou de qualidade de vida, como é o caso de muitos países produtores de petróleo no Oriente Médio, por exemplo.

Segundo os dados do FMI (Fundo Monetário Internacional), o Catar tem a maior renda per capita do mundo, com US$ 83.841 anuais, mas o país não figura em nenhuma das listas usuais de países desenvolvidos.

Neste critério, o Brasil está em posição intermediária, na 75ª posição do ranking segundo os dados do FMI (renda per capita de US$ 10.514 anuais) ou na 72ª posição segundo os dados do Banco Mundial (renda per capita de US$ 10.427 anuais).

Desenvolvimento Humano

Um dos critérios mais sofisticados para definir desenvolvimento é o IDH (Índice de Desenvolvimento Humano), calculado pela ONU para medir os avanços de cada país não somente na economia, mas critérios como saúde e educação.

Por este critério, o Brasil aparece em 75º lugar num ranking mundial, no grupo de países considerados de “alto desenvolvimento humano”, com um índice de 0,813 em uma escala que vai de 0 (menor desenvolvimento humano) a 1 (maior desenvolvimento humano).

A ONU considera os 38 primeiros países do ranking, com um índice superior a 0,900, como nações de “desenvolvimento humano muito alto”. A Noruega, com índice 0,971, lidera o ranking.

O Brasil somente entrou no grupo das economias de alto desenvolvimento em 2007 e ainda está abaixo, neste critério, de países latino-americanos como Chile (44º do ranking, com índice 0,878), Argentina (49º, 0,866) e Venezuela (58º, 0,844).

Ainda assim, o país está mais avançado do que outras grandes economias emergentes como Turquia (79º lugar, com IDH 0,806), China (92º, 0,772) e Índia (134º, 0,612). A China e a Índia estão no grupo de países de desenvolvimento humano médio.

OCDE

A participação como membro na OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico) também é muitas vezes citada como “carimbo” da aceitação dos países no grupo das economias desenvolvidas.

A organização tem 34 membros, incluindo a União Europeia. O Brasil não é membro da OCDE, mas dois outros países latino-americanos são: o Chile e o México.

Mas o Comitê de Desenvolvimento e Assistência da OCDE reúne 23 países mais a Uniao Europeia (UE) em um grupo de grandes doadores de ajuda internacional - Alemanha, Austrália, Áustria, Bélgica, Canadá, Coreia do Sul, Dinamarca, Espanha, Estados Unidos, Finlândia, França, Grã-Bretanha, Grécia, Holanda, Irlanda, Itália, Japão, Luxemburgo, Nova Zelândia, Noruega, Portugal, Suécia e Suíça.
Ficam de fora do comitê outros dez membros da OCDE: Chile, Eslováquia, Eslovênia, Hungria, Islândia, Israel, México, Polônia, República Tcheca e Turquia.(BBC NEWS)

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