quarta-feira, novembro 03, 2010

Partido de Obama perde maioria na Câmara, mas mantém a do Senado

O Partido Democrata, do presidente Barack Obama, perdeu a maioria na Câmara dos Representantes, mas manteve o controle do Senado nas eleições legislativas dos Estados Unidos, nesta terça-feira.
Com os resultados definidos para 422 das 435 cadeiras da Câmara dos Representantes, os republicanos haviam garantido 239 assentos, superando os 50%.

No Senado, apesar de o partido de Obama ter perdido ao menos seis vagas para os republicanos, os democratas garantiram a maioria com pelo menos 51 cadeiras, faltando ainda a definição de três dos cem assentos da Casa.

Pouco depois da meia-noite (2h de quarta-feira, em Brasília), o deputado John Boehner, líder republicano que deverá assumir como o novo presidente da Câmara dos Representantes, fez um discurso declarando a vitória de seu partido e prometendo reduzir os gastos do governo e o tamanho do Estado.
Segundo a Casa Branca, Obama telefonou para Boehner e disse que esperava trabalhar com ele e com os republicanos para "fazer o país avançar".

Uma das derrotas mais simbólicas para o presidente americano foi a perda do seu antigo assento no Senado, pelo Estado de Illinois, para o Partido Republicano.

Mas em Nevada, numa das disputas ao Senado consideradas chave nestas eleições, o líder democrata na Casa, Harry Reid, conseguiu manter sua cadeira ao vencer a republicana Sharron Angle, integrante do movimento conservador Tea Party.

Apesar da derrota de muitos candidatos excêntricos ligados ao Tea Party, as eleições desta terça-feira ajudaram a estabelecer o movimento como uma força importante no panorama político americano.

Estavam em jogo nestas eleições todas as 435 cadeiras da Câmara dos Representantes e 37 das cem vagas do Senado. Os eleitores também escolheram governadores de 37 dos 50 Estados americanos.

A virada no comando do Congresso já era prevista e, segundo analistas, deverá tornar mais difícil para Obama levar adiante muitas de suas propostas até o final de seu mandato.

Especialistas afirmam que o resultado das urnas demonstra o descontentamento dos eleitores americanos com os dois primeiros anos do governo de Obama e, principalmente, com a lenta recuperação da economia do país.

Os Estados Unidos conseguiram sair da recessão, mas o ritmo da recuperação econômica tem sido considerado lento demais para reduzir a taxa de desemprego, que permanece há vários meses em torno de 10%.

Analistas dizem ainda que as grandes conquistas dos primeiros dois anos de Obama na Casa Branca, como as reformas da saúde e do sistema financeiro, exigiram medidas impopulares e resultaram em queda nos índices de aprovação do presidente.

Nesse cenário de descontentamento da população e de uma certa apatia dos democratas, os republicanos ganharam força, ajudados pela popularidade do Tea Party, movimento que não é um partido político e reúne centenas de grupos conservadores espalhados pelo país.


Os membros do Tea Party se opõem às políticas do governo Obama e à interferência do Estado na economia e em outros setores da sociedade, e muitos candidatos republicanos apoiados pelo movimento ganharam destaque nesta campanha – em muitos casos desbancando políticos tradicionais do Partido Republicano nas primárias.

Os resultados desta terça-feira mostram a vitória de algumas estrelas do Tea Party: na disputa pelo Senado em Kentucky, o republicano Rand Paul venceu o democrata Jack Conway, e na Flórida, Marco Rubio venceu o independente Charlie Christ e o democrata Knedrick Meek.

No entanto, uma das figuras de maior destaque do movimento nesta campanha, Christine O´Donnell, perdeu a corrida pelo Senado em Delaware para o democrata Christopher Coons.

Estados

Em muitos dos Estados, além votar em candidatos ao Congresso e aos governos locais, os eleitores também participaram de referendos a respeito de cerca de 160 medidas.

Em um dos mais polêmicos, eleitores da Califórnia tiveram de decidir se apóiam ou não a legalização da maconha no Estado. Resultados parciais indicam que a proposta foi rejeitada.

Em Oklahoma, os eleitores aprovaram uma proposta proibindo os juizes de usar a lei islâmica em decisões.
Na disputa pelos governos estaduais, os republicanos conquistaram pelo menos um Estado considerado crucial para as eleições presidenciais de 2012: em Ohio, John Kasich derrotou o governador democrata Ted Strickland.

No entanto, os democratas saíram vitoriosos em outros Estados importantes, como Nova York, onde Andrew Cuomo derrotou o republicano Carl Paladino.

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