segunda-feira, novembro 15, 2010

Quatro integrantes do governo de Berlusconi renunciam na Itália


Quatro integrantes do governo do primeiro-ministro da Itália, Silvio Berlusconi, renunciaram nesta segunda-feira em protesto contra sua liderança.

Os pedidos de demissão do ministro para a Europa, de um vice-ministro para Desenvolvimento Econômico e de outros dois ministros de segundo escalão estão sendo vistos como um forte golpe contra a autoridade de Berlusconi.

Todos eles fazem parte do recém-formado partido Futuro e Liberdade, uma dissidência da legenda do premiê liderada pelo ex-aliado Gianfranco Fini, presidente da Câmara, que se apresenta como a "nova direita italiana".

Os ministros criticaram o envolvimento de Berlusconi em uma série de escândalos de corrupção e pessoais e pediram que o primeiro-ministro deixe o cargo.

A saída dos integrantes do governo não afeta de imediato a capacidade de Berlusconi governar o país,a crise está ganhando proporções cada vez maiores dentro da coalizão do premiê e pode levar a mudanças radicais em sua composição.

Segundo Kennedy, os acontecimentos podem também aumentar as chances de realização de novas eleições nos próximos meses.

Declaração polêmica

No início do mês, Silvio Berlusconi rejeitou pedidos para que renunciasse por causa de alegações de envolvimento com uma menor de idade e causou nova polêmica ao dizer que "é melhor gostar de garotas bonitas do que ser gay".

A oposição acusa Berlusconi de abuso de poder com base nas informações de que ele teria telefonado para a polícia milanesa, em maio, para interceder a favor de uma garota fugitiva, apelidada pela imprensa italiana de Ruby, acusada de furto.

A imprensa italiana afirma que, no telefonema, Berlusconi teria dito para a polícia que a garota seria neta do presidente egípcio, Hosni Mubarak.

À época, a bailarina de dança do ventre marroquina tinha 17 anos de idade e há relatos de que ela teria visitado a casa de Berlusconi pelo menos uma vez.

A declaração de Berlusconi, feita durante um evento público em Milão, provocou protestos de grupos de defesa dos direitos dos gays, que acusam o líder italiano de estimular a homofobia.

O Mediaset, conglomerado de mídia do premiê italiano, também é alvo de investigações por supostos crimes de evasão fiscal.

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