segunda-feira, dezembro 06, 2010
Banco suíço congela contas do fundador do Wikileaks
O banco suíço PostFinance congelou as contas do fundador do site Wikileaks, Julian Assange. O site diz que a medida bloqueia 31 mil euros.
O Wikileaks tem publicado centenas de telegramas diplomáticos dos Estados Unidos, provocando a ira do governo americano e levando empresas como a PayPal e a Amazon a deixarem de prestar serviços ao site.
Paralelamente, um mandado de prisão para Assange chegou a autoridades da Grã-Bretanha. Fontes disseram que o mandado foi emitido na tarde desta segunda-feira.
Promotores suecos querem interrogar Assange sobre denúncias de estupro, que ele nega.
Acredita-se que Assange esteja escondido em algum lugar no sudeste da Inglaterra. Se a polícia o encontrar, ele deverá ser intimado a comparecer à corte em 24 horas e pode ser extraditado para a Suécia.
Ataques ao Wikileaks
A Suécia expediu um mandado de prisão para Assange em 18 de novembro, mas a ação foi invalidada por um erro processual. Um novo mandado foi emitido em 2 de dezembro.
A decisão do banco PostFinance de congelar as contas do Wikileaks são a última medida contra o site desde que este começou a publicar documentos diplomáticos secretos dos Estados Unidos, na semana passada.
Em um comunicado em seu site, o banco diz que Assange "forneceu informações falsas sobre o seu local de residência" durante o processo de abertura de conta.
Segundo o PostFinance, o fundador do Wikileaks registrou-se como morador de Genebra, mas uma inspeção do banco revelou que a informação era incorreta.
O banco diz que, por não morar na Suíça, Assange não pode manter uma conta no banco.
Perdas
Em comunicado, o Wikileaks afirmou que Assange perdeu 100 mil euros em bens em uma semana.
"No fim da última semana, a gigante de pagamentos na internet PayPal congelou 60 mil euros em doações para a caridade alemã Wau Holland Foundation que foram destinadas a promover a difusão de conhecimento via Wikileaks", disse o site.
Nesta segunda-feira, o Wikileaks divulgou uma lista de instalações ao redor do mundo que os Estados Unidos classificam como vitais para a sua segurança nacional. A lista inclui oleodutos e centros de comunicação e transporte.
Tratam-se provavelmente dos dados mais controvertidos já divulgados pelo site.
O ex-secretário britânico do exterior Malcolm Rifkind afirmou que as ações do Wikileaks estavam "beirando o crime".
"Não é só negligência, não é só estupidez, é algo que pode ser de grande ajuda a organizações terroristas", disse Rifkind. (BBC NEWS)
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