Os anúncios de “liberação” das favelas cariocas do Complexo do Alemão e a vitória sobre as gangues de traficantes serão “mero triunfalismo” se o governo não for bem-sucedido em manter o território, opina última edição da revista Economist em uma análise sobre as recentes operações policiais e militares no Rio.
Outras “grandes inimigas do Rio” são as milícias, “controladas por policiais aposentados e fora de serviço que agora controlam tantas favelas quanto os traficantes”, continua a Economist.
Mas a revista faz a ressalva de que, pela primeira vez, há “vontade política de estender a cidadania às favelas” e que os moradores locais começam a acreditar que talvez possam contar com o Estado.
Ao falar das UPPs (Unidades de Polícia Pacificadora), a reportagem diz que o modelo “envolve um ultimato para a saída dos criminosos (da favela), seguido de meses de forte patrulhamento e a chegada de recrutas novos e especialmente treinados para policiamento comunitário 24 horas por dia”.
‘Ponto de virada’
O resultado é que, apesar de o tráfico de drogas continuar a existir nesses locais, “ele é mais discreto, e os traficantes deixam de carregar armamento pesado”. Caem os números de assassinatos e de crimes como prostituição infantil, diz a Economist, e crescem as expectativas por melhores escolas, atendimento médico e opções de lazer.
Para a revista, muitos cariocas viram os acontecimentos recentes no Rio como “um ponto de virada em uma cidade que sofreu com décadas de má governança”.
“Por décadas, a polícia entrou (nas favelas) após episódios de violência em busca de vingança (contra traficantes), para depois recuar deixando para trás corpos e as gangues, que retornavam aos seus negócios. Mas, no mês passado, quando gangues começaram a atear fogo em carros, a resposta das autoridades foi diferente”, relata a Economist sobre as operações policiais no Alemão.
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