Os primeiros resultados oficiais da consulta popular realizada no Sudão mostram que 99,57% dos eleitores votaram pela independência da parte sul. A escolha ocorreu entre os dias 9 e 15 de janeiro. Os números finais serão oficializados a partir de 6 de fevereiro. No total, 3,8 milhões de eleitores compareceram às seções eleitorais.
O Sudão do Sul (nome não oficial) deverá ser o 54º país africano a ser reconhecido pela comunidade internacional. A data marcada para a independência é 9 de julho. O país já tem até hino nacional e bandeira escolhida.
O anúncio dos primeiros resultados aconteceu em Juba, capital do futuro país, no túmulo de John Garang, que liderou o Sul durante a guerra civil. Ele morreu em um acidente de avião logo depois da assinatura do acordo de paz, em 2005.
O Sul do Sudão vive de forma mais autônoma da capital Cartum desde o fim da guerra civil, em 2005. O conflito, que durou 23 anos, deixou mais de 1,5 milhão de mortos. A região, do tamanho do estado de Minas Gerais, é uma das mais pobres do mundo.
Como parte do acordo de paz, assinado entre o Norte (majoritariamente muçulmano) e o Sul (cristão ou seguidor de religiões locais), ficou acertado que uma consulta popular iria definir o futuro da parte sul. Somente sulistas puderam votar.
A solução desagradou boa parte dos líderes africanos, que temem que o exemplo tente ser seguido em outras áreas onde há conflitos étnicos, religiosos ou dificuldades econômicas. A medida quebra um princípio definido em 1963, quando da Organização dos Estados Africanos, que dizia que as fronteiras deixadas pelos colonizadores europeus iriam permanecer, por mais artificiais que fossem.
Em 1993, a Eritreia separou-se da Etiópia. Mas o país já existia antes, tendo sido anexado ao território etíope em 1962, logo depois da independência da Itália.
Além das divisões étnicas e religiosas, a riqueza do solo do Sul também é motivo de tensão. Boa parte das reservas de petróleo do Sudão estão lá. Mas as estrutura de refino e distribuição, bem como a saída para o mar, estão no Norte.
As fronteiras exatas do novo país ainda não foram definidas, bem como as regras de relacionamento e distribuição de bens com o Norte. A região de Abyei, rica em petróleo, exatamente na fronteira, é desejada pelos dois lados.
Nos últimos meses, o presidente Omar Al Bashir afirmou várias vezes que iria aceitar os resultados, mesmo que fossem pela separação, algo visto com ceticismo pelos analistas internacionais. O atraso no alistamento dos eleitores, finalizado apenas em dezembro, fez com que fossem grandes as dúvidas sobre a realização da consulta na data prevista – o que acabou ocorrendo.
O Sudão do Sul (nome não oficial) deverá ser o 54º país africano a ser reconhecido pela comunidade internacional. A data marcada para a independência é 9 de julho. O país já tem até hino nacional e bandeira escolhida.
O anúncio dos primeiros resultados aconteceu em Juba, capital do futuro país, no túmulo de John Garang, que liderou o Sul durante a guerra civil. Ele morreu em um acidente de avião logo depois da assinatura do acordo de paz, em 2005.
O Sul do Sudão vive de forma mais autônoma da capital Cartum desde o fim da guerra civil, em 2005. O conflito, que durou 23 anos, deixou mais de 1,5 milhão de mortos. A região, do tamanho do estado de Minas Gerais, é uma das mais pobres do mundo.
Como parte do acordo de paz, assinado entre o Norte (majoritariamente muçulmano) e o Sul (cristão ou seguidor de religiões locais), ficou acertado que uma consulta popular iria definir o futuro da parte sul. Somente sulistas puderam votar.
A solução desagradou boa parte dos líderes africanos, que temem que o exemplo tente ser seguido em outras áreas onde há conflitos étnicos, religiosos ou dificuldades econômicas. A medida quebra um princípio definido em 1963, quando da Organização dos Estados Africanos, que dizia que as fronteiras deixadas pelos colonizadores europeus iriam permanecer, por mais artificiais que fossem.
Em 1993, a Eritreia separou-se da Etiópia. Mas o país já existia antes, tendo sido anexado ao território etíope em 1962, logo depois da independência da Itália.
Além das divisões étnicas e religiosas, a riqueza do solo do Sul também é motivo de tensão. Boa parte das reservas de petróleo do Sudão estão lá. Mas as estrutura de refino e distribuição, bem como a saída para o mar, estão no Norte.
As fronteiras exatas do novo país ainda não foram definidas, bem como as regras de relacionamento e distribuição de bens com o Norte. A região de Abyei, rica em petróleo, exatamente na fronteira, é desejada pelos dois lados.
Nos últimos meses, o presidente Omar Al Bashir afirmou várias vezes que iria aceitar os resultados, mesmo que fossem pela separação, algo visto com ceticismo pelos analistas internacionais. O atraso no alistamento dos eleitores, finalizado apenas em dezembro, fez com que fossem grandes as dúvidas sobre a realização da consulta na data prevista – o que acabou ocorrendo.
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