“Agora, senhoras e senhores, com a palavra a senhora presidenta da República, Dilma Rousseff.”
Dilmá, Dilmá, Dilmá, Dilmá, Dilmá!
Com a palavra:
“Eu queria primeiro dá boa tarde a todas as, as mulheres de Blumenau. E queria também desejá um comprimento muito fraterno a todos nossos companheiros homens aqui presentes”.
Calem-se os boatos recidivantes sobre sua saúde: no discurso de Blumenau, por ocasião da entrega de 580 “moradias” do programa Minha Casa, Minha Vida (agora só faltam 1.999.420 no PAC2), a presidenta Dilma voltou à plena forma, como a única usuária da língua portuguesa capaz de “desejar um comprimento” e saudar os “companheiros homens”, certamente para distingui-los dos companheiros mulheres.
A interminável “sessão-comprimento”, antes de cada discurso, já virou marca registrada do estilo Dilma – sempre como preâmbulo do grotesco. Mas esqueça o “comprimento”. Nos 3 anos e 6 meses que ainda tem de governo, ela nunca aprenderá a dizer cumprimento – e nenhum dos áulicos que a cercam se atreverá a corrigi-la, talvez porque não percebam nada de errado.
O problema maior dessas sessões é o comprimento (vá lá) em si. Por que diabos uma presidente se sente obrigada a cumprimentar todas as autoridades presentes, uma a uma, antes de se dirigir à plateia? Qual é o sentido dessa formalidade que soa sempre ridícula, ainda mais na entonação “festa de formatura” de Dilma? Cumprimentar ministros que acabaram de chegar com ela ao recinto? Não me lembro: FHC fazia isso? Lula fazia isso? Não seria mais lógico “registrar” a presença desse ou daquele, para destacar a importância – vá lá – do evento? E não esqueçamos um fator complicador da fluidez dos “comprimentos”: Dilma.
“Queria também comprimentá o Cedenil, aqui, que foi um dos falaram aqui hoje, presidente da Federação da Associação dos Municípios do estado de Santa Catarina”.
Humm, Cedenil, Federação da Associação… Que tal um Google rápido? De primeira: a Federação, como parecia óbvio, é das “Associações” dos Municípios. E o tal Cedenil, nome estranho, ninguém viu. O nome do atual presidente da FAMESC é Lenoir Henrique – parecido, mas não muito, se bem que posso estar enganado, já me desculpando com o Cedenil.
Ah, os nomes, como o gol para Parreira, são apenas um detalhe para Dilma. Quem trocou Luiz Sergio por Ideli é capaz de trocar qualquer coisa:
“Queria comprimentá o Pedro Eccel, presidente da Associação dos Municípios do Meio Vale de Itajaí. E queria…”
Ela ouve um sussurro, para, aguça o ouvido, repete o que ouviu e concede, contrariadíssima:
“Paulo Eccel. Cê vê que o pessoal às vezes erra. Peço desculpa ao Paulo, mas escreveram Pedro, viu? Pois é, alguma pequena confusão…”
Eu diria que Paulo Eccel (pronuncia-se Excel) foi vítima de um erro na planilha que deram à Dilma…Ok, trocar Paulo por Pedro é um ato falho bíblico. Mas o Paulo, que aliás é prefeito de Brusque, deve ter ficado chateado mesmo é com o nome da associação que Dilma arrumou para ele. Paulo, na verdade, preside a Associação dos Municípios do Médio Vale de Itajaí; o médio vale inteiro, não apenas meio.
Mas é a partir dos 7m30s deste penoso vídeo – disponível no Blog do Planalto sem nenhuma cerimônia, sem medo da exposição – que se encontra a gênese do desastre anunciado e até aqui consumado do governo Dilma Rousseff. É só ouvir.
Desculpem: o trecho é longo e de audição/leitura atroz, mas vale por todos os textos que no futuro se publicarão para explicar o inacreditável, o inefável governo Dilma.
Aqui, retomando uma de suas obsessões nos discursos de campanha, agora com mais conteúdo, Dilma insiste em convencer as pessoas de que é melhor morar numa casa do que na rua. Tirem as crianças da sala – se elas estiverem na sala, não na rua. E apertem os cintos, segurem-se bem à cadeira:
“Porque ter um teto é uma questão de segurança. Ter uma família e ter um local onde você possa desenvolver suas relações afetivas é o direito de todo ser humano, das mulheres, porque é lá que elas criam seus filhos, é lá que ela estabelece essa relação familiar que vai criar brasileirinhos e brasileirinhas pra serem os futuros adultos. A casa é, eu diria, um símbolo do cerne de uma nação. É lá que um país tem segurança também, porque essa primeira segurança de sabê que seus filhos vão tê abrigo. Essa questão da proteção que é algo que a humanidade busca desde que cumeçô a se transformá e virá cada vez mais humanos. Nós precisamos de abrigo porque o abrigo nos dá proteção. Todos brasileiros têm direito à proteção de um teto, de um lar, onde criar seus filhos. Por isso, eu tenho imenso orgulho desse programa Minha Casa, Minha Vida, orgulho não porque o estado brasileiro parô de achá que todo mundo tinha de encontrar um jeito de tê casa independente de quanto ganhava. E nós mudamos essa compreensão”.
Depois de ouvir isto, nossos melhores analistas estarão dispensados de fazer grandes malabarismos de ciência política ou teoria geral do estado para um dia tentar explicar por que o governo Dilma foi uma grave ofensa ao país.
Dilmá, Dilmá, Dilmá, Dilmá, Dilmá!
Com a palavra:
“Eu queria primeiro dá boa tarde a todas as, as mulheres de Blumenau. E queria também desejá um comprimento muito fraterno a todos nossos companheiros homens aqui presentes”.
Calem-se os boatos recidivantes sobre sua saúde: no discurso de Blumenau, por ocasião da entrega de 580 “moradias” do programa Minha Casa, Minha Vida (agora só faltam 1.999.420 no PAC2), a presidenta Dilma voltou à plena forma, como a única usuária da língua portuguesa capaz de “desejar um comprimento” e saudar os “companheiros homens”, certamente para distingui-los dos companheiros mulheres.
A interminável “sessão-comprimento”, antes de cada discurso, já virou marca registrada do estilo Dilma – sempre como preâmbulo do grotesco. Mas esqueça o “comprimento”. Nos 3 anos e 6 meses que ainda tem de governo, ela nunca aprenderá a dizer cumprimento – e nenhum dos áulicos que a cercam se atreverá a corrigi-la, talvez porque não percebam nada de errado.
O problema maior dessas sessões é o comprimento (vá lá) em si. Por que diabos uma presidente se sente obrigada a cumprimentar todas as autoridades presentes, uma a uma, antes de se dirigir à plateia? Qual é o sentido dessa formalidade que soa sempre ridícula, ainda mais na entonação “festa de formatura” de Dilma? Cumprimentar ministros que acabaram de chegar com ela ao recinto? Não me lembro: FHC fazia isso? Lula fazia isso? Não seria mais lógico “registrar” a presença desse ou daquele, para destacar a importância – vá lá – do evento? E não esqueçamos um fator complicador da fluidez dos “comprimentos”: Dilma.
“Queria também comprimentá o Cedenil, aqui, que foi um dos falaram aqui hoje, presidente da Federação da Associação dos Municípios do estado de Santa Catarina”.
Humm, Cedenil, Federação da Associação… Que tal um Google rápido? De primeira: a Federação, como parecia óbvio, é das “Associações” dos Municípios. E o tal Cedenil, nome estranho, ninguém viu. O nome do atual presidente da FAMESC é Lenoir Henrique – parecido, mas não muito, se bem que posso estar enganado, já me desculpando com o Cedenil.
Ah, os nomes, como o gol para Parreira, são apenas um detalhe para Dilma. Quem trocou Luiz Sergio por Ideli é capaz de trocar qualquer coisa:
“Queria comprimentá o Pedro Eccel, presidente da Associação dos Municípios do Meio Vale de Itajaí. E queria…”
Ela ouve um sussurro, para, aguça o ouvido, repete o que ouviu e concede, contrariadíssima:
“Paulo Eccel. Cê vê que o pessoal às vezes erra. Peço desculpa ao Paulo, mas escreveram Pedro, viu? Pois é, alguma pequena confusão…”
Eu diria que Paulo Eccel (pronuncia-se Excel) foi vítima de um erro na planilha que deram à Dilma…Ok, trocar Paulo por Pedro é um ato falho bíblico. Mas o Paulo, que aliás é prefeito de Brusque, deve ter ficado chateado mesmo é com o nome da associação que Dilma arrumou para ele. Paulo, na verdade, preside a Associação dos Municípios do Médio Vale de Itajaí; o médio vale inteiro, não apenas meio.
Mas é a partir dos 7m30s deste penoso vídeo – disponível no Blog do Planalto sem nenhuma cerimônia, sem medo da exposição – que se encontra a gênese do desastre anunciado e até aqui consumado do governo Dilma Rousseff. É só ouvir.
Desculpem: o trecho é longo e de audição/leitura atroz, mas vale por todos os textos que no futuro se publicarão para explicar o inacreditável, o inefável governo Dilma.
Aqui, retomando uma de suas obsessões nos discursos de campanha, agora com mais conteúdo, Dilma insiste em convencer as pessoas de que é melhor morar numa casa do que na rua. Tirem as crianças da sala – se elas estiverem na sala, não na rua. E apertem os cintos, segurem-se bem à cadeira:
“Porque ter um teto é uma questão de segurança. Ter uma família e ter um local onde você possa desenvolver suas relações afetivas é o direito de todo ser humano, das mulheres, porque é lá que elas criam seus filhos, é lá que ela estabelece essa relação familiar que vai criar brasileirinhos e brasileirinhas pra serem os futuros adultos. A casa é, eu diria, um símbolo do cerne de uma nação. É lá que um país tem segurança também, porque essa primeira segurança de sabê que seus filhos vão tê abrigo. Essa questão da proteção que é algo que a humanidade busca desde que cumeçô a se transformá e virá cada vez mais humanos. Nós precisamos de abrigo porque o abrigo nos dá proteção. Todos brasileiros têm direito à proteção de um teto, de um lar, onde criar seus filhos. Por isso, eu tenho imenso orgulho desse programa Minha Casa, Minha Vida, orgulho não porque o estado brasileiro parô de achá que todo mundo tinha de encontrar um jeito de tê casa independente de quanto ganhava. E nós mudamos essa compreensão”.
Depois de ouvir isto, nossos melhores analistas estarão dispensados de fazer grandes malabarismos de ciência política ou teoria geral do estado para um dia tentar explicar por que o governo Dilma foi uma grave ofensa ao país.
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