terça-feira, outubro 09, 2012

Para o FMI, Brasil vai crescer só 1,5% em 2012

Para o FMI, Brasil vai crescer só 1,5% em 2012
 

 
O Fundo Monetário Internacional (FMI) reduziu de 2,5% para 1,5% o crescimento previsto para o Brasil em 2012, resultado bem pior que o do ano passado, quando a expansão ficou em 2,7%. O governo negou essa possibilidade até há pouco tempo, mas foi forçado a rever suas estimativas.
 
 
O novo cálculo do Ministério do Planejamento indicou crescimento de 2%. O Banco Central, poucos dias depois, divulgou projeção ainda menor, de 1,6%, muito próxima daquela já apontada pelas instituições do mercado financeiro. Para o próximo ano, o FMI prevê recuperação moderada, com alta de 4% no Produto Interno Bruto (PIB).


A curto prazo, o Fundo recomenda um forte superávit primário nas contas públicas. Não é o caso, segundo o Fundo, de se reduzir o superávit como vem sendo discutido em Brasília. Para este ano, o Fundo projeta resultado primário de 2,7% do PIB, inferior ao compromisso inicial de 3,1%. Para sustentar a expansão a médio prazo, porém, o País precisará de novas reformas estruturais. Isso deve incluir um programa para eliminar gargalos da infraestrutura.
 
 
As concessões ao setor privado para obras em rodovias e ferrovias são um passo na direção correta, segundo o Fundo, "mas também é necessário aumentar o investimento público". A recomendação de reformas é dirigida também a outros países da região, na nova edição do Panorama Econômico Mundial.
 
No cenário apresentado pelo Fundo, o desempenho brasileiro é inferior ao de outros países sul-americanos, como Chile (5%), Colômbia (4,3%), Peru (6%) e Equador (4%). Esses países também cresceram mais que o Brasil em 2011 e devem manter bom ritmo de expansão em 2013, exceto se houver piora considerável no mercado global de commodities.
 
 
Essa piora pode ser provocada por uma deterioração da economia chinesa, grande consumidora de matérias-primas. O Brasil, com uma pauta de produtos básicos mais diversificada, será, nesse caso, menos prejudicado.
 
 
O FMI reduziu de 3,4% para 3,2% neste ano e de 4,2% para 3,9% em 2013 o crescimento projetado para a América Latina. Mas a notícia pior é outra. Países latino-americanos, segundo os autores do Panorama Econômico Mundial, têm hoje menos espaço para políticas de estímulo, no caso de piora do cenário global. Precisam fortalecer de novo seus orçamentos, para restabelecer a capacidade de reação. Com menor espaço fiscal, os latino-americanos devem usar a política monetária como primeira linha de defesa contra um choque externo.(com informações do site Brasília em Tempo Real)

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