terça-feira, maio 06, 2008

Sub-relatores divulgam suspeitos de tráfico de influência


Os deputados Carlos Sampaio (PSDB-SP) e Indio da Costa (DEM-RJ), sub-relatores da CPMI dos Cartões Corporativos, entregaram há pouco a jornalistas um CD com nomes de 473 pessoas que são ou eram servidores comissionados do governo federal e, ao mesmo tempo, são ou eram sócios de estabelecimentos que receberam recursos de cartões corporativos entre 2003 e 2008.

Em entrevista coletiva, os parlamentares avaliaram dois exemplos em que o cruzamento de dados indica tráfico de influência.

Os deputados analisaram o caso da servidora Fátima Aparecida de Souza Maia Queiroga, professora da Universidade Federal de Rondônia desde 1991 e sócia da empresa Microservice Comércio e Serviços de Informática Ltda desde 28/04/2004.

Segundo os sub-relatores, em 2003, antes de Fátima Queiroga virar sócia da empresa, a Microservice não tinha nenhum contrato com a União nem a com a Universidade de Rondônia. Já em 2004, a Microservice fechou contratos com a Universidade Federal de Rondônia no valor de R$ 123.519,90. Em 2005, foram assinados contratos no valor de R$ 31.973 e, em 2006, R$ 10.724.

Levando-se em conta contratos fechados com outros órgãos da União, a Microservice recebeu, em 2004, R$ 391.921,30; em 2005, R$ 362.231,65; em 2006, R$ 86.834,78.

Os deputados analisaram ainda o caso da empresa Gilvana Elétrica Ltda,
que, entre 2003 e 2007, fechou contratos com órgãos federais no valor de R$ 113.493,68. Desse total, R$ 77.423,64 foram pagos pela Universidade de Brasília. Raimundo Luiz da Silva, sócio da Gilvana Elétrica, é servidor do Hospital Universitário de Brasília. Nesse caso, segundo os parlamentares, houve, no mínimo, quebra do princípio constitucional da moralidade.

Raimundo da Silva também era portador de cartão corporativo e de 27/04/2006 a 19/09/2006 realizou saques com o cartão no valor de R$ 17.700. Indio da Costa e Carlos Sampaio explicaram que não sabem em que o dinheiro foi gasto porque o governo ainda não enviou à CPMI as informações relativas às despesas com cartões corporativos da fundações universitárias.

O sub-relator de fiscalização de gastos, Indio da Costa, disse que, além de incluir essas informações no seu sub-relatório, vai enviá-las ao Ministério Público.(Agência Câmara)

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