sexta-feira, fevereiro 13, 2009

Bombas de Fragmentação em Hospital no Sri Lanka

O uso de bombas de fragmentação nestas circunstâncias pode constituir crime de guerra
A Amnesty International denuncia o uso, por parte do Exército do Sri Lanka, de bombas de fragmentação em área civil como uma violação grave do direito internacional humanitário.
De acordo com um porta-voz da ONU, o principal hospital da cidade de Puthukkudiviruppu foi atingido por várias bombas de fragmentação e teve que ser evacuado. O hospital, que tem sido alvo de vários ataques nos últimos dias, foi bombardeado durante 16 horas.

“O uso de bombas de fragmentação nestas circunstâncias pode constituir crime de guerra. Estas bombas são intrinsecamente indiscriminadas devido à extensa superfície que cobrem, representando um perigo para todas as pessoas - inclusive civis - que têm contato com elas. Estas bombas estão proibidas pela Convenção sobre Munições de Fragmentação” declarou Sam Zarifi, diretor do Programa Regional para a Ásia e Oceania da Amnesty International.

“Não há a devida prestação de contas, pelas partes envolvidas, em relação ao cometimento de graves violações do direito internacional humanitário neste conflito. O governo do Sri Lanka tem a obrigação de investigar os crimes de guerra e, sempre que haja provas admissíveis, processar as pessoas que são supostamente responsáveis por estes crimes” acrescentou Sam Zarifi.

Informação complementar

De acordo com a Convenção sobre Munições de Fragmentação, de 30 de maio de 2008, a Amnesty International se opõe ao uso, transferência e estocagem de munições de fragmentação e pede a todos os Estados que ratifiquem a Convenção. O Sri Lanka não é Estado-Parte desta Convenção.

As bombas ou munições de fragmentação espalham uma quantidade de explosivos menores por uma extensa superfície, que corresponde a vários campos de futebol. Podem ser lançadas de um avião ou disparadas por artilharia ou lança-foguetes. Dependendo do tipo de submunição utilizado, 5 a 20 por cento das pequenas bombas (submunição) de fragmentação não explodem, permanecendo como lixo de guerra e representando uma ameaça semelhante a de minas terrestres antipessoal para a população civil . O uso destas bombas em áreas de concentração de civis viola a proibição de ataques indiscriminados.
Os restos explosivos das bombas de fragmentação atrapalham o trabalho de reconstrução e reabilitação pós-conflito. O perigoso trabalho de limpeza dessas bombas consome recursos que poderiam ser canalizados para outras necessidades humanitárias urgentes.
Atualmente há mais de 300.000 civis cercados na região oriental do Sri Lanka, onde se intensificaram os combates entre os Tigres de Libertação de Eelam Tamil e o Exército. Centenas de pessoas já perderam a vida ou ficaram feridas na região de Wanni. Informes recentes indicam que ambas as partes estão violando as leis de guerra ao atacarem civis e impedirem que fujam para locais seguros.


Search this site:
COMO VOCÊ PODE AJUDAR
Junte-se à Anistia InternacionalAjude a acabar com os abusos contra os direitos humanos.

Nenhum comentário:

Postar um comentário